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Diretor-executivo do Wall Street Journal renuncia

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postado em 22/04/2008 18:33
NOVA YORK - O diretor-executivo do Wall Street Journal (WSJ), Marcus Brauchli, renunciou, nesta terça-feira (22/04), e deixou o poder para o novo proprietário Rupert Murdoch, que impulsionou uma reviravolta do que é considerado a bíblia do setor dos negócios dos Estados Unidos para a informação mais geral. A renúncia de Brauchli ocorre quatro meses depois de o jornal econômico americano passar para as mãos do magnata da imprensa Rupert Murdoch, que comprou o diário no ano passado após uma longa negociação com os proprietários históricos, a família Bancroft. Em carta aberta à redação, Brauchli, que continuará consultor do grupo News Corp., explicou que agora que a transição de propriedade do Wall Street Journal está completa, os novos proprietários devem ter um diretor-executivo de sua escolha. Além disso, ressaltou que o jornal optou pelo caminho da transformação e defendeu a News Corp. e Murdoch. ;Desde a compra, em dezembro passado, a nova direção evitou escrupulosamente impor qualquer ponto de vista político ou econômico à cobertura;, assegurou. "A direção seguiu rigorosamente o código de conduta definido na compra e a integridade jornalística do Wall Street Journal se mantém intacta", avisou. Brauchli, 46 anos, entrou em 1984 para o grupo Dow Jones, matriz do jornal econômico, e assumiu a direção editorial do WSJ em maio de 2007, poucas semanas depois do lançamento da oferta de compra da News Corp., o grupo de Murdoch, sobre o Dow Jones. Ao finalizar a compra em meados de dezembro, Murdoch escolheu como novo diretor da publicação um homem de confiança, Robert Thomson, ex-diretor editorial da edição americana do Financial Times. Brauchli, último diretor nomeado sob a administração Bancroft, era querido pela redação e considerado um guardião da credibilidade do jornal sob o novo reinado de Murdoch, segundo a imprensa americana. A revista Time indicou que Brauchli tentou encontrar um "ponto de equilíbrio justo" entre a nova via proposta por Murdoch e a tradicional. Desde sua chegada ao WSJ, Murdoch desenvolveu a cobertura econômica do jornal, como a política, o setor de esportes, o luxo e o lazer, para atingir uma gama maior de eleitores, além do meio empresarial, e assim competir com o New York Times, seu grande rival na costa leste dos Estados Unidos. Esta semana, foi publicada uma nova versão do WSJ, com mais páginas gerais e com o conteúdo econômico em um caderno no interior do jornal. Segundo a revista Newsweek, Murdoch participou diretamente da reforma junto com a redação. Ante a reforma do WSJ, o New York Times enfrenta sérias dificuldades. O grupo New York Times, que inclui o Boston Globe, o International Herald Tribune e uma quinzena de jornais regionais, sofreu uma nova baixa de 11% no interesse publicitário no primeiro semestre de 2008. O grupo já anunciou que fará um corte de 100 pessoas na redação. Uma situação que aumentou as especulações sobre uma possível venda do New York Times, ainda que o dono do grupo Arthur Sulzberger tenha indicado a seus acionistas nesta terça- feira que o jornal não está a venda. Por outro lado, Murdoch segue sua expansão. Segundo o Wall Street Journal, ele estaria negociando com o grupo Tribune outro grande jornal da costa leste americana, o Newsday, por 580 milhões de dólares.

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