postado em 23/04/2008 12:46
Harare - Funcionários encarregados da apuração no Zimbábue divulgaram, nesta quarta-feira (23/04), o primeiro resultado dos 23 distritos que passaram por recontagem de votos. O resultado foi a vitória do partido do presidente do país, Robert Mugabe, como na primeira contagem.
A comissão eleitoral anunciou que os governistas do Zanu-PF ficaram com a cadeira de Goromonzi no Parlamento. A oposição foi considerada vencedora das eleições legislativa, de acordo com resultados anteriores.
Os opositores do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), não acreditaram na recontagem e afirmaram que ela é uma tentativa de fraudar o pleito e sua maioria conquistada no Parlamento. Três semanas após as eleições de 29 de março, os resultados das eleições presidenciais ainda não foram divulgados.
Nesta quarta, o jornal estatal The Herald sugeriu em editorial que seja estabelecido um governo de transição, liderado por Mugabe, para acabar com o impasse político após as eleições gerais.
Até agora, nenhum resultado oficial da votação para presidente foi divulgado. O MDC rejeitou a sugestão do jornal e afirma que seu candidato, Morgan Tsvangirai, venceu o pleito.
A nova apuração em Goromonzi foi pedida pelo partido de Tsvangirai, que também exigiu a recontagem em outra zona eleitoral. Nos 21 locais restantes, o pedido foi apresentado pela situação.
De acordo com o jornal, a revisão de outra jurisdição será divulgada ainda nesta quarta. Caso esse ritmo continue, a apuração deverá se prolongar por mais dias que os dois ou três previstos inicialmente pelas autoridades eleitorais.
O MDC afirma que Tsvangirai foi vencedor nas eleições presidenciais e superou Mugabe, no poder desde 1980. A comunidade internacional pediu rapidez na divulgação dos resultados presidenciais, a fim de evitar maiores tensões no país. A oposição teme que o atraso se deva a possíveis manobras do regime de Mugabe para alterar os dados da apuração. O governo foi acusado de fraudar o resultado das eleições de 2002 e 2005.
ARMAS - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse nesta quarta-feira que seu país proporá um embargo às armas no Zimbábue. A declaração foi dada durante um encontro em Londres com Jacob Zuma, presidente do principal partido da África do Sul
Na semana passada, funcionários de um porto sul-africano se recusaram a retirar de um navio chinês armas que iriam para o Zimbábue. Há o temor de que a situação tenha planos de atacar os adversários políticos.
Antes do encontro, Zuma falou que a comissão eleitoral, e não Mugabe, é culpada pelo atraso. Os líderes da África do Sul têm sido criticados por não condenar o presidente do Zimbábue pelo atraso na divulgação dos resultados.