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Impasse democrata prossegue após a vitória de Hillary na Pensilvânia

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postado em 23/04/2008 11:41
WASHINGTON - O triunfo da ex-primeira-dama Hillary Clinton na Pensilvânia sobre Barack Obama aumenta a incerteza sobre a disputa democrata para as eleições presidenciais de novembro, segundo os analistas. A disputa entre Hillary e Obama passa agora a Indiana e Carolina do Norte, que realizam primárias no dia 6 de maio. Carolina do Norte tende para Obama, segundo as pesquisas. Porém, Indiana é outro estado industrial em decadência, assim como Pensilvânia e Ohio, onde Hillary foi a vencedora. Do outro lado, o republicano John McCain segue tranqüilo, com sua campanha eleitoral baseada em temas de segurança nacional e na guerra contra o terrorismo. Frank Donatelli, vice-presidente do Comitê Nacional Republicano, disse ao canal NBC que a disputa democrata é divertida de assistir, enquanto seu partido se prepara para novembro. Os simpatizantes de Hillary renovaram, nesta terça-feira, as esperanças da ex-primeira dama de se tornar a primeira presidente mulher dos Estados Unidos. Ela recebeu 55% dos votos, contra 45% para Obama. Mas a vitória na Pensilvânia está longe de garantir um lugar na disputa pela Casa Branca. Os analistas consideravam que ela deveria vencer por ampla margem, de dois dígitos, no estado para seguir com possibilidades na corrida presidencial. Se tudo dependesse de dinheiro, Barack Obama venceria com facilidade o longo combate. O senador por Illinois, que arrecadou 234,8 milhões de dólares desde o início da campanha, tinha no início de abril, segundo dados da Comissão Eleitoral Federal (FEC), quase 43 milhões de dólares para financiar sua campanha nas primárias. Hillary Clinton, que arrecadou 175,7 milhões de dólares desde o começo da campanha, está no vermelho. Suas dívidas chegam a 10,3 milhões de dólares e no início de abril tinha apenas US$ 9,5 milhões disponíveis. "Ela está com problemas e seus contribuintes desapareceram. Os comentários crescem a respeito da falta de dinheiro de Hillary e que os superdelegados se inclinarão por Obama," comenta Richard Johnston, diretor de pesquisas da Universidade da Pensilvânia. No entanto, a senadora por Nova York anunciou que recebeu três milhões de dólares, arrecadados pela internet, pouco depois da confirmação de sua vitória nas primárias da Pensilvânia. ;Desde nossa vitória ontem à noite arrecadamos três milhões de dólares na internet", disse a senadora ao canal NBC. A campanha de Hillary espera que esta vitória ajude a injetar novos recursos na candidatura. Hillary e Obama devem recorrer agora aos superdelegados do Partido Democrata já que nenhum dos dois candidatos poderá alcançar os 2.025 delegados necessários para ganhar a indicação durante as primárias e ser proclamado durante a convenção do partido, no fim de agosto. Obama supera Hillary com 1.713 delegados, contra 1.586 para a ex-primeira-dama, de acordo com a estimativa do site especializado independente RealClearPolitics.com. Antes da convenção partidária de agosto, as últimas primárias democratas ocorrerão em Montana e Dakota do Sul em 3 de junho. Em nível nacional, as últimas pesquisas são preocupantes para a senadora por Nova York. Entre os eleitores democratas, 54% preferem Obama, contra 35% favoráveis a Hillary, segundo uma pesquisa da Princeton Survey Research Associates International, realizada para a revista Newsweek com 1.209 pessoas. Em meio a esta dura batalha entre os democratas que parece não ter fim, muitos democratas se inquietam com a possibilidade da campanha eleitoral do partido se prolongar até agosto, pouco antes das eleições de novembro, e esperam que algum candidato renuncie antes. Porém, esta possibilidade também é remota. "Renunciar é algo que não parece próprio da família Clinton", disse Peter Brown, da Universidade Quinnipiac em Connecticut. Alguns analistas acreditam que, em determinado momento, nenhum dos pré-candidatos poderá remediar a pressão do partido. "Em algum ponto, existirá muita pressão da alta cúpula do partido, que dirá que isto é muito prejudicial para nossas posibilidades de novembro'", opina Stephen Hess, ex-funcionário da Casa Branca e atualmente analista da Brookings Institution de Washington.

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