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Caso Jean Charles: justiça examina pedido de policiais de depor sob anonimato

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postado em 25/04/2008 14:29
LONDRES - O magistrado encarregado do processo sobre a morte de brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano no metrô de Londres em 2005, começou a examinar, nesta sexta-feira (25/04), se aceita ou não o pedido encaminhado por 40 agentes da Scotland Yard, entre eles os dois que dispararam contra o brasileiro, de prestar depoimento sob anonimato. Os familiares de Jean Charles, que estiveram presentes no tribunal de Southwarck (sul de Londres), pediram novamente que os responsáveis pela morte respondam na justiça e lamentaram que, dois anos depois do caso, ainda não se conheçam as circunstâncias em que o brasileiro foi morto. A indagação judicial sobre o caso Jean Charles ; eletricista brasileiro de 27 anos ; é similar à realizada para esclarecer a morte de princesa Diana, que foi encerrada há algumas semanas em Londres ; não constitui um julgamento comum, já que não há condenados. Em novembro, informe da Comissão Independente de Queixas da Polícia (IPCC, na sigla em inglês) criticou a Polícia Metropolitana de Londres pela morte de Jean Charles e afirmou que ela poderia ter sido evitada. Contudo, ainda se espera a publicação de uma investigação sobre o chefe da Scotland Yard, Sir Ian Blair, que foi acusado de ter tentado impedir a investigação sobre a morte do brasileiro. "A família está bastante frustrada com a demora;, declarou Yasmin Khan, porta-voz da campanha Justiça para Jean Charles. Ele quer que a investigação seja a mais extensa e transparente possível. ;Estaremos satisfeitos se for bastante ampla, examinando todos os temas", disse a advogada dos familiares, Harriet Wistrich. O juiz Michael Wright admitiu, no entanto, que a investigação poderá ser adiada devido ao fato de que ainda não foi decidido em que corte transcorrerá o inquérito. "Insisto que não é certo que comece nessa data (22 de setembro) porque ainda não foi escolhido um tribunal", afirmou o juiz, precisando que o tribunal de Southwark, sul de Londres, onde foi realizada a audiência preliminar, não é apropriado para os procedimentos.

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