postado em 28/04/2008 08:19
PEQUIM - Depois de uma viagem mundial salpicada de incidentes por protestos pela situação no Tibete, a tocha dos Jogos Olímpicos de Pequim percorreu, nesta segunda-feira (28/04), as ruas de Pyongyang, capital da Coréia do Norte, diante de centenas de milhares de espectadores, em uma etapa muito mais tranqüila.
A 18ª etapa da viagem mundial da chama olímpica durou três horas e 45 minutos, em um revezamento de 12 quilômetros. Esta foi a primeira vez que a tocha olímpica passou pela Coréia do Norte.
No início do percurso, homens vestidos de preto e mulheres com o vestido tradicional do país agitavam ramos artificiais de kimjongilia, a flor nacional batizada com o nome do líder Kim Jong-Il. O trajeto uniu dois grandes símbolos do isolado regime comunista norte-coreano: a Torre da Idéia de Jucheh (ideologia oficial) e o estádio Kim Il-Sung, fundador do regime e pai de Kim Jong-Il.
Na ausência do líder Kim Jong-Il, Kim Yong-Nam, chefe de Estado de fato, passou a tocha ao primeiro participante do revezamento, Park Du-Ik, que integrava a seleção norte-coreana de futebol que disputou a Copa do Mundo de 1966.
Park virou herói nacional ao fazer o gol da vitória sobre a Itália (1-0), que garantiu a passagem do país às quartas-de-final, em uma das maiores zebras da história das Copas e um dos maiores triunfos esportivos da Coréia do Norte.
O último trecho do revezamento foi protagonizado por Jong Song-Ok, vencedor da maratona no Mundial de Atletismo de 1999, que concluiu a cerimônia sob os aplausos de milhares de pessoas, segundo a agência Xinhua (Nova China).
A Coréia do Norte, aliada da China, criticou as manifestações pró-tibetanas e a favor dos direitos humanos que perturbaram a passagem da tocha por outras capitais.
A chama olímpica passou no domingo por Seul, capital da Coréia do Sul, onde foi saudada por uma multidão de chineses, com alguns incidentes isolados com manifestantes contrários a Pequim, rapidamente controlados por mais de 8 mil policiais.
O governo sul-coreano lamentou o comportamento radical de alguns estudantes chineses em uma nota enviada ao embaixador da China em Seul. A tocha olímpica prosseguirá sua viagem na terça-feira no Vietnã e, em seguida, passará por Hong Kong e Macau.