postado em 28/04/2008 11:15
PESHAWAR - O líder dos talibãs do Paquistão, Baitulah Mehsud, que teria relações com a Al-Qaeda, interrompeu as negociações de paz com o governo paquistanês, apesar de manter o cessar-fogo, conforme anunciou porta-voz dos rebeldes, o maulvi (dignatário mulçumano) Omar. Mehsud acusou o governo de se negar a retirar suas tropas das zonas tribais e obrigar, assim, o grupo a romper as negociações.
Baitulah Mehsud, poderoso líder tribal do noroeste do país, decidiu, contudo, manter o cessar-fogo decretado unilateralmente na última quarta-feira, mas prometeu responder a qualquer provocação do Exército, acrescentou o porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP, Tehreek-e-Taliban Pakistan). O líder talibã, vinculado a Al-Qaeda segundo Washington e Islamabad, é acusado pela justiça paquistanesa de ser responsável pela maioria dos atentados ; quase sempre suicidas ; que, até o fim de março, já causaram a morte de 1.100 pessoas em 15 meses e, em particular, de ter organizado o que custou a vida da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto em 27 de dezembro.
O partido de Bhutto, que dirige o governo, implementou nova política de negociações com os fundamentalistas que combatem o Exército nas zonas fronteiriças com o Afeganistão. Na última quarta-feira, Mehsud ordenou que seus combatentes cessem qualquer ataque e citou iminente acordo de paz que incluiria a saída dos militares das zonas tribais. "Os talibãs mantêm o cessar fogo, mas advertem que se o governo lançar qualquer ação seus combatentes responderão", afirmou o porta-voz. Na quarta-feira passada, os Estados Unidos expressaram preocupação com um possível acordo de paz entre o governo do Paquistão e Baitulah Mehsud.