postado em 28/04/2008 12:17
BOGOTÁ - Uma ex-deputada colombiana, detida após denunciar ter sido subornada pelo governo colombiano para votar no Congresso a favor de uma emenda que possibilitou a reeleição do presidente Álvaro Uribe, anunciou que apresentará provas do crime, informou, nesta segunda-feira, seu advogado.
A ex-congressista Yidis Medina se entregou à promotoria na noite de domingo, dois dias depois da Suprema Corte de Justiça ordenar sua prisão por suborno e, nesta segunda-feira (28/04), seu advogado, Ramón Ballesteros, informou que Medina apresentará evidências que comprometem vários funcionários do governo. "Ela tem documentos e outro tipo de evidência. Vamos contar a verdade sobre o que aconteceu. Com o que ela me mostrou, é suficiente para acreditar em sua versão", declarou o advogado.
Ballesteros evitou dar detalhes das provas de sua cliente e indicou que prefere apresentar tudo à Suprema Corte e que então o caso seja avaliado e tomadas as decisões apropriadas. "A verdade irá prevalecer", alertou o advogado. Ele garantiu que Medina se responsabilizará de ter compactuado com o suborno. "Ela se arrependeu, lamenta ter mudado de opinião sobre a reforma constitucional que aprovou a reeleição de Uribe em 2005", disse.
A Corte acusou Medina de suborno assim que ela denunciou que funcionários do governo, inclusive ministros, lhe ofereceram cargos públicos caso ela votasse a favor da emenda que permitiu a Uribe ter um segundo mandato em maio de 2006. Segundo a ex-legisladora, o mandatário estava ciente da proposta, que ela aceitou, mas que nunca foi cumprida. O seu voto e o de Teodolindo Avedaño na Câmara de Representantes permitiram que a reforma fosse aprovada e, conseqüentemente, Uribe foi reeleito com 62,3% dos votos.