postado em 28/04/2008 16:17
O mais alto procurador do Irã, Ghorban Ali Dori Najafabadi, advertiu hoje (28/04) sobre as conseqüências sociais e culturais "destrutivas" da importação de bonecas Barbie e outros brinquedos ocidentais. O procurador-geral enviou um texto sobre o tema para o vice-presidente Parviz Davoudi. Na carta, Najafabadi ressalta o perigo dos brinquedos ocidentais, que devem ser controlados. "A importação irregular de tais brinquedos, que infelizmente chegam através de fontes não oficiais e contrabando, é destrutivo culturalmente e um perigo social", escreveu Najafabadi ao vice-presidente
Mercados iranianos têm sido invadidos por brinquedos ocidentais nos últimos anos. Isso ocorre também pelo aumento do poder de compra local, resultante do aumento dos ganhos com petróleo. Importar brinquedos não é necessariamente ilegal, porém é uma medida desencorajada pelo governo, que busca preservar o Irã das influências ocidentais. "O surgimento de personalidades como Barbie, Batman, Homem-Aranha e Harry Potter, além de jogos de computador e filmes, são um alarme para as autoridades da área cultural", afirmou Najafabadi
O governo clerical conservador do Irã costuma atacar os perigos do consumismo e da cultura inspirada pelos Estados Unidos. Mas muitos jovens iranianos consomem música, filmes e outros bens do Ocidente. Brinquedos de marcas famosas podem ser comprados nas lojas de Teerã e em outras partes do país. Najafabadi, membro do alto clero, disse que o Irã é o terceiro maior importador mundial de brinquedos. Ele sugeriu que isso representa uma ameaça à "identidade" da nova geração. A Barbie é vendida em trajes de banho e com minissaias, em um país em que as mulheres devem usar lenços em público e homens e mulheres são proibidos de nadarem juntos.