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Equipe de psicólogos trata vítimas de seqüestro na Áustria

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postado em 29/04/2008 14:38
AMSTETTEN - As vítimas envolvidas no trágico seqüestro de Amstetten, no leste da Áustria, passarão por tratamento com equipe de psicólogos que tentará proporcionar-lhes meios para integrá-los à sociedade, o que é considerado um longo e difícil processo. Elisabeth Fritzl, de 42 anos, enclausurada durante 24 anos pelo próprio pai, Josef, com quem teve sete filhos, fruto de relação de incesto e abuso sexual, está internada em clínica psiquiátrica de Amstetten, junto a cinco de seus filhos e sua mãe e mulher de Josef, Rosemarie. "Precisarão de muitas semanas de tratamento;, diz a equipe médica. "Estão juntos e, dadas às circunstâncias, pode-se dizer que estão bem", afirmou um dos dirigentes do serviço social da cidade, Heinz Lenze. Trancafiada no porão da própria casa, Elisabeth se reencontrou com sua mãe, Rosemarie, e três de seus filhos que haviam sido adotados após o nascimento por Josef, de 73 anos. ;Os membros da família começaram a fazer contato, apesar de que dois filhos de Elisabeth, de 5 e 17 anos, que nunca tinham visto a luz do dia, terem uma forma de falar longe do normal", explicou Berthold Kepplinger, diretor da clínica de Amstetten-Mauer, onde a família está internada. A terceira filha presa no porão, Kerstin, de 19 anos, está hospitalizada em estado grave. O sétimo filho morreu logo após nascer prematuro. As vítimas estão rodeadas por equipe de psicólogos e psiquiatras e dispõem de um pavilhão independente, para proteger sua intimidade, de acordo com o psicólogo Paulus Hochgatterer. ;A família deve ser exposta ao mundo exterior progressivamente;, indicou o especialista à rede de televisão pública ORF. Lenze explicou que os serviços sociais esperam oferecer escolaridade adaptada aos três filhos seqüestrados, assim como para seus três irmãos, um menino e duas meninas, que viviam com Josef e Rosemarie e que já freqüentavam a escola. Além disso, proporão que a família mude o sobrenome Fritzl. Uma equipe de psicólogos está à disposição dos seis irmãos e irmãs de Elisabeth e de antigos colegas de escola e amigos dos três adotados. No entanto, para a readaptação social da família será necessário um processo complexo, alertou o psiquiatra Max Friedrich, que tratou da jovem Natascha Kampucsh após ela escapar em 2006 da casa onde ficou à mercê de um homem desequilibrado por mais de oito anos. "Não podemos perder a esperança de que um dia tenham uma vida autônoma, mas isso demorará anos e provavelmente, terão seqüelas tanto os três que viveram cativos como os três adotados, cujo mundo veio a baixo", declarou Friedrich. O caçula, de 5 anos, é o que se adapta melhor à nova vida. A mulher de Josef Fritzl é a que parece mais afetada após descobrir a monstruosa vida dupla que seu marido levava, segundo a equipe de médicos. As autoridades reafirmaram a intenção de proteger a intimidade da família para evitar qualquer traumatismo. A ministra da Justiça austríaca, Maria Berger, anunciou, nesta terça-feira, que a publicação de fotos das vítimas será penalizada com multas de até 20 mil euros.

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