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França quer idosos no mercado de trabalho

O país estuda incentivos e auxílios para empresas que contratarem idosos

postado em 29/04/2008 17:23
PARIS - A França, onde a taxa de emprego da população entre 55 e 64 anos é uma das mais baixas da União Européia, estuda formas de reintegrar os idosos em um mercado de trabalho com o objetivo de se adaptar ao envelhecimento da população. O governo apresentou nesta semana um plano para lidar com esta ultrasensível questão, que já provocou greves em 1995 e 2003. Um projeto de lei poderia ser elaborado antes do fim deste verão (no hemisfério Norte). O que está em jogo é um sistema de pensões que na França se baseia na solidariedade e na distribuição de recursos entre trabalhadores ativos e aposentados. Como a maioria de seus vizinhos europeus, a França preferiu aumentar a idade mínima para se aposentar, tentando fazer frente ao crescimento do número de aposentados, em um país com uma das maiores expectativas de vida do mundo: 84,5 anos para as mulheres e 77,6 anos para os homens. A medida procura desativar uma bomba-relógio demográfica. Segundo estatísticas européias, pessoas maiores de 65 anos representarão 18% dos franceses em 2010 e 30% em 2050. Poucos idosos trabalham Apesar disso, a França é hoje um dos países da UE com menos idosos no mercado de trabalho. Apenas 38,1% dos empregados tinham entre 55 e 64 anos em 2006, bem abaixo da média européia (43,5%). As medidas propostas pelo governo para tentar melhorar a situação, no entanto, encontram oposição dentro dos sindicatos. Paris quer aumentar de 40 para 41 anos o período mínimo de tempo de serviço antes da aposentadoria até 2012, medida que os representantes dos trabalhadores não estão dispostos a aceitar enquanto a reintegração dos idosos no mercado de trabalho não for facilitada. Entre outras opções, o executivo estuda incentivar o emprego entre a terceira idade ou impor sanções a empresas que resistam em contratar esses trabalhadores e compensar com incentivos e auxílios aquelas que aderirem à política de reintegração. Segundo o jornal econômico La Tribune, o governo poderia estabelecer uma cota mínima de 5% de idosos no quadro de funcionários das empresas.

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