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Incêndio foi a causa de apagão na Venezuela

O problema foi agravado também por uma falha estrutural do sistema

postado em 30/04/2008 16:57
CARACAS - O apagão de amplitude nacional ocorrido terça-feira (29/04), na Venezuela, foi resultado de um incêndio na linha de transmissão troncal e de uma falha estrutural do sistema que depende em 70% da hidrelétrica de Guri (sudeste), anunciou o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, nesta quarta. O sistema elétrico da Venezuela, que em 2007 nacionalizou as únicas empresas privadas que operavam na capital e em alguns estados, "tem um problema estrutural que trabalhamos para resolver", declarou Ramírez em entrevista coletiva. "O sistema, que se abastece em 70% de Guri, tem um esgotamento. Tudo depende da produção hidrelétrica no sul e depende das linhas de transmissão troncais", afirmou. Ramírez ainda disse que o incêndio coincidiu com a paralisação, por trabalhos de manutenção, de duas grandes geotérmicas em Caracas e no estado de Zulia (oeste). ;Durante o apagão de várias horas, até o anoitecer, vimos cenas compreensíveis de inquietação e angústia. Estamos envergonhados e preocupados que tenham acontecido", frisou. O apagão ocorreu em 11 estados e nas principais cidades, incluindo Caracas. Investimentos em energia O ministro disse ainda que estão previstos investimentos de US$ 3,13 bilhões de 2008 a 2011 no setor elétrico para conseguir uma geração distribuída de energia termelétrica em nível nacional que não dependa de uma única região. Em 2007, o governo de Hugo Chávez pagou US$ 739 milhões por 82% das ações da americana AES na companhia Electricidad, de Caracas; e US$ 105,5 milhões pela empresa Seneca, à americana CMS Energy Corporation. Ramírez rejeitou que exista alguma conexão entre essas estatizações e o apagão. Em contrapartida, recriminou a deterioração da outrora Electricidad de Caracas sob o comando anterior, que segundo o ministro não investiu nada e exportou capitais sem investir no sistema de geração e distribuição de energia elétrica. Segundo Ramírez, o governo encontrou "um problema de gestão nas empresas elétricas e, por isso, criou a Corporação Elétrica Nacional", para centralizar a geração, transmissão e distribuição de energia.

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