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Tocha olímpica chega em território chinês por meio de Hong Kong

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postado em 02/05/2008 10:33
HONG KONG - Dezenas de milhares de pessoas receberam, nesta sexta-feira (02/05), a tocha olímpica em Hong Kong, marcando o seu regresso a terras chinesas, enquanto Pequim espera não ter maiores problemas após uma série de distúrbios na viagem mundial da chama. Exceto por pequenos incidentes, que não provocaram nenhuma prisão, o percurso de cerca de sete horas na antiga colônia britânica devolvida em 1997 à China terminou sem maiores distúrbios. Com roupas vermelhas e agitando bandeiras chinesas, uma multidão acompanhou todo o percurso, que teve milhares de policiais mobilizados. "A passagem da tocha é um dia de alegria e, por isso, penso que não é uma boa idéia se manifestar hoje", afirma Vivien Lai, uma enfermeira que veio assistir à passagem da chama com a família e com o namorado. "Não venho sempre mas hoje é um grande dia", felicitou-se David Mung, um representante comercial vindo de Shenzhen, cidade vizinha do sul da China. "As pessoas de Hong Kong são muito acolhedoras. Somos uma grande família e espero que tudo ocorra hoje sem incidentes", acrescentou Mung, com o rosto coberto de adesivos da bandeira chinesa. Passagem da tocha por Hong KongCerca de vinte pessoas foram detidas, dentre as quais uma dezena de militantes pró-Tibete, que foram levados para uma caminhonete da polícia após um distúrbio com manifestantes pró-China. As autoridades da Região administrativa especial (RAS) de Hong Kong realizaram expulsões de manifestantes pró-Tibete nos últimos dias. Cerca de cem militantes pró-democracia protestaram e pediram o voto universal na ilha que retornou em 1997 à China. Devido ao princípio de "um país, dois sistemas", Hong Kong se beneficia até 2047 do seu sistema liberal e dos seus próprios poderes, executivo e legislativo, mas o chefe do executivo continua a ser nomeado por meio de um colégio eleitoral controlado por Pequim. Presente em Hong Kong, a atriz americana Mia Farrow afirmou ter simpatia pelo povo tibetano e aproveitou a ocasião para citar a crise de Darfur e denunciar a complacência de Pequim no que diz respeito ao Sudão, acusado de cometer atrocidades na província. Há apenas 100 dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim (8-24 de agosto), as autoridades chinesas esperavam uma etapa sem problemas em Hong Kong, após um périplo internacional dominado pelos protestos contra a repressão chinesa no Tibete. A chama tomará no sábado a direção de Macau, antes de atravessar a China, via o Tibete. Pequim acusa o Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos, que vive em exílio na Índia, de ser o instigador das manifestações e dos violentos protestos que começaram em 10 de março na capital do Tibete, e se estenderam em por outras regiões.

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