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Bolívia não renegociará com a Argentina

O governo da Bolícia descartou qualquer tipo de renegociação no contrato de venda de gás natural para a Argentina

SANTA CRUZ - O governo da Bolívia descartou nesta sexta-feira (02/05) uma renegociação do contrato de venda de gás natural para a Argentina, depois de ter nacionalizado quatro empresas petroleiras, uma delas administrada pela espanhola Repsol, que abastece o mercado argentino. "Não há necessidade de renegociar os contratos, estamos em busca de uma equação que prejudique o menos possível o mercado argentino", afirmou o ministro da Presidência boliviana, Juan Ramón Quintana, braço direito do presidente socialista Evo Morales. Uma eventual renegociação dos contratos binacionais foi citada em La Paz no início de março pelo vice-presidente Alvaro García, diante da impossibilidade de a Bolívia cumprir os acordos assinados para começar a bombear mais gás natural a partir de 2010, devido ao atraso dos investimentos de empresas petroleiras multinacionais. La Paz anunciou na quinta-feira que o Estado boliviano estava recuperando, através de um decreto, a maioria acionária de três petroleiras privatizadas há uma década: Chaco (British Petroleum), Transredes (Ashmore) e CLHB, de capital alemão e peruano, além da compra de ações da empresa Andina, filial da espanhola-argentina Repsol-YPF, para assumir o controle da companhia. Aumento na venda Atualmente, a Bolívia produz com dificuldade cerca de 40 milhões de metros cúbicos diários de gás (MMCD), que abastecem seu mercado interno (de 6 a 7 MMCD), e o Brasil (31 MMCD) - o que sobra é mandado para a Argentina. Os contratos firmados entre La Paz e Buenos Aires, em outubro de 2006, estabelecem que a Bolívia deve vender até 7,7 MMCD de gás natural em 2010 e a partir de então aumentar essa cota para 14 MMCD, alcançando finalmente 27,7 MMCD em 2014, pelo novo Gasoduto Nordeste Argentino (GNDA).