postado em 05/05/2008 11:42
JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e o presidente palestino Mahmud Abbas obtiveram, nesta segunda-feira (05/05) em suas conversações, progressos significativos a respeito do traçado das fronteiras de um futuro Estado palestino, segundo afirmou um alto funcionário israelense. Entretanto, um dos principais negociadores palestinos, Saeb Erakat, se mostrou mais reservado e considerou que os encontros foram sérios e aprofundados, mas afirmou que era prematuro tirar conclusões.
"Obtivemos progressos significativos em dois temas do traçado das fronteiras de um futuro Estado palestino e no tema das soluções para o futuro em termos de segurança entre Israel e esse Estado", declarou aos jornalistas um alto funcionário israelense, presente durante os encontros, e que solicitou anonimato. O encontro, realizado na residência de Olmert em Jerusalém Ocidental, durou quase duas horas.
"Olmert e Abbas pediram às equipes de negociadores que avançassem nessas duas questões", disse a fonte, antes de afirmar que israelenses e palestinos trabalhavam com mapas durante as negociações. Para Erakat, "os encontros foram sérios e aprofundados", mas os israelenses "conhecem o princípio básico aceito pelas duas partes que é: não há acordo se não há acordo sobre tudo", insistiu durante uma entrevista coletiva à imprensa em Ramallah. "É prematuro tirar conclusões e começar a medir os progressos ou a ausência de progressos", prosseguiu o negociador palestino.
As discussões entre Ehud Olmert e Mahmud Abbas são provavelmente as mais sérias entre os dois dirigentes desde o reinício das negociações de paz em novembro de 2007, assegurou por sua vez o porta-voz de Olmert, Mark Regev. "Continuamos comprometidos com os objetivos (da reunião) de Annapolis de chegar a um acordo no fim do ano. Trata-se provavelmente das discussões mais sérias que os dois (dirigentes) já tiveram", afirmou.
"O calendário" elaborado em Annapolis ; encontro nos Estados Unidos que relançou oficialmente as negociações de paz ; "pode ser mantido", insistiu, ressaltando que as questões de segurança representavam um dos tendões de Aquiles do processo. A respeito do encontro, durante a manhã, entre Olmert e a secretária de Estado americana Condoleezza Rice, Regev disse: "Discutiram temas concretos. Compreendemos totalmente que um processo político que não seja apoiado por medidas concretas nos territórios pode gerar cinismo".
Neste domingo à noite, Rice não obteve compromisso algum de Israel sobre a retirada das barreiras militares na Cisjordânia ou sobre a colonização nos territórios palestinos ocupados. A chefe da diplomacia americana, que realizou sua 15ª visita na região em menos de dois anos, se reuniu por cerca de uma hora com Olmert antes de voltar aos Estados Unidos. Nenhuma declaração foi feita após a reunião. Ela havia declarado, após um encontro com Abbas no domingo em Ramallah (Cisjordânia), que tinha a intenção de pedir a Olmert a retirada das barreiras para melhorar a circulação dos palestinos. De acordo com um relatório da ONU, Israel retirou 44 obstáculos da Cisjordânia dos 61 que havia prometido retirar. Mas a maior parte não tinha grande importância.