postado em 06/05/2008 09:18
O ciclone tropical Nargis, que devastou no sábado várias regiões de Mianmar com ventos de até 190 km/h, provocou mais de 22 mil mortes e 41 mil pessoas estão desaparecidas, anunciou nesta terça-feira (06/05) a televisão estatal birmanesa.
"Segundo informações obtidas até o meio-dia, morreram 21.793 pessoas e 40.695 são consideradas desaparecidas na região de Irrawaddy, enquanto 671 morreram, 670 ficaram feridas e 359 estão desaparecidas na região de Yangun", afirmou a televisão estatal. Este anúncio representa um aumento considerável em relação ao balanço anterior de 15 mil mortos. Três outras regiões de Mianmar também foram afetadas pelo ciclone, mas a imprensa estatal não divulgou balanços sobre estas áreas.
As áreas mais afetadas foram o delta do Rio Irrawaddy e Rangum, a ex-capital e maior cidade de Mianmar. Os esforços de ajuda e resgate nas áreas afetadas têm sido afetados em grande parte por causa da destruição das estradas e da estrutura de comunicações durante a passagem do ciclone.
Mais vítimas do ciclone eram encontradas à medida que equipes de socorro chegavam às ilhas e aos povoados afetados que ainda não haviam sido alcançados. Cerca de 1 milhão de pessoas ficaram desabrigadas depois que o ciclone passou pelo delta do Rio Irrawaddy e por Rangum no sábado com ventos de 190 km/h.
Mais cedo, funcionários do governo de Mianmar já especulavam que o número de pessoas mortas pelo devastador ciclone que atingiu o país no último sábado poderia ainda ir além das 15 mil mortes estimadas horas antes pelas autoridades locais. "Só em Bogalay (cidade situada 100 quilômetros ao sul de Rangum), há cerca de 10 mil mortos", afirmou o ministro birmanês das Relações Exteriores, Nyan Win, em pronunciamento na TV estatal.
Trata-se do maior número de pessoas mortas em um desastre natural na Ásia desde o tsunami de dezembro de 2004, que matou 181 mil pessoas, deixou cerca de 50 mil desaparecidos e devastou áreas costeiras na Indonésia, da Tailândia e de outras porções do sul e sudeste asiáticos, além de parte da costa da África.
Por causa do ciclone, a junta militar que governa Mianmar desde 1967 anunciou que o referendo constitucional, marcado para sábado, será adiado nas regiões mais afetadas pelo fenômeno natural. De acordo com a rádio estatal birmanesa, a votação não será realizada até 24 de maio em 40 localidades ao redor de Rangum e em sete na área do delta do rio Irrawaddy.
A primeira remessa de ajuda estrangeira a Mianmar chegou nesta terça-feira (06/05) foi enviada pela Tailândia.