postado em 06/05/2008 14:34
Cartum - A força de manutenção de paz em Darfur informou nesta terça-feira (06/05) que ainda tentava retirar feridos de um ataque aéreo realizado em uma escola e em um mercado. Na ação, ocorrida dois dias antes no norte da região sudanesa, 12 pessoas morreram, segundo a organização norte-americana Darfur Diaries. Entre os mortos há seis crianças, também segundo a entidade. Em comunicado, a Darfur Diaries afirmou que as crianças tinham entre 4 e 11 anos. Uma sala de aula foi completamente destruída.
A organização também disse que moradores notaram uma aeronave do governo sudanês sobrevoando a área por algum tempo, antes de bombardeá-la. O governo não comentou o fato e não era possível verificá-lo de forma independente. Forças sudanesas freqüentemente bombardeiam áreas rebeldes em Darfur, oeste do país, apesar de uma proibição de vôos militares na região pelo Conselho de Segurança da ONU.
Segundo a Darfur Diaries, mais seis pessoas foram mortas no bombardeio a um mercado. Outras 35 estariam feridas, inclusive duas crianças em condições críticas de saúde.
Funcionários das Nações Unidas condenaram a escalada de violência e disseram que não tinham presença suficiente na região nem recursos para agir com rapidez na área. Para o general Martin Luther Agwai, comandante da força conjunta de paz da ONU e da União Africana, o ataque reflete "a total falta de comprometimento" do governo e dos grupos rebeldes com o processo de paz.
A força de paz conjunta está funcionando com menos de 35% do pessoal requerido inicialmente. Sofre também com a falta de helicópteros para transporte e ataques, aeronaves para monitoramento, engenheiros militares e suporte logístico. A ONU e a União Africana tentam há meses abrir as negociações de paz entre o governo e os grupos rebeldes. Mas muitos chefes rebeldes boicotam a iniciativa atual e a segurança em Darfur piorou. Um acordo anterior entre as partes não conseguiu interromper a violência.