postado em 06/05/2008 15:00
BEIRUTE - O Líbano se prepara para uma greve geral, e manifestações serão realizadas na quarta-feira (07/05) tendo como cenário a grave crise social e política. Nesta terça-feira, devido à insatisfação social e ao aumento vertiginoso dos preços, o governo anunciou que aumentará o salário mínimo de 300 mil para 500 mil libras libanesas (aumento de US$ 130) e concederá um bônus mensal de US$ 130 aos funcionários do Estado e de US$ 95 aos aposentados.
Mas a Confederação Geral dos Trabalhadores do Líbano (CGTL), principal organização sindical, rejeitou imediatamente as medidas adotadas pelo governo e manteve sua convocação de greve geral para quarta-feira, que será acompanhada de manifestações em todo o país.
A CGTL exige o aumento do salário mínimo para o equivalente a US$ 600. Os salários não são aumentados desde 1996. Em razão da crise entre os dois campos, que divergem sobre a divisão do poder, o Líbano está sem chefe de Estado desde 24 de novembro de 2007.
Crise
A crise se aprofundou com a decisão do governo de investigar uma rede de telecomunicações. Autoridades governamentais acusam o Hezbollah de ter instalado essa rede no país "com a ajuda do Irã", e se referem a uma "violação" da soberania do Estado.
O governo também destituiu o chefe da segurança do aeroporto internacional de Beirute, Wafiq Choukair, considerado ligado ao Hezbollah. "As decisões do governo são uma declaração de guerra que poderá levar a um conflito interno", declarou à France Press um deputado da oposição, Nabil Nkoula, acusando a maioria de tentar tirar proveito das tensões para "desestabilizar o movimento de reivindicações".
Um outro pilar da oposição, o general cristão da reserva Michel Aoun, pediu aos patrões e assalariados que saiam às ruas "para derrubar o governo de Fouad Siniora", apoiado pelo Ocidente.