postado em 06/05/2008 17:51
Longe da euforia dos primeiros dias de seu mandato, Nicolas Sarkozy festejou discretamente nesta terça-feira (06/05) o primeiro aniversário de sua eleição à presidência da França, num clima de decepção generalizado em todo o país. Sarkozy, 53 anos, passou parte do dia de hoje em visitas, no departamento de Gard (sul), onde anunciou um aumento das aposentadorias de 0,8%. "Não preciso fazer um balanço. Meu trabalho é agir", limitou-se a dizer Sarkozy aos jornalistas.
O presidente, que afirma odiar as comemorações, reúne, no entanto, os ministros e seus cônjugues para um jantar em Paris para comemorar sua vitória nas eleições de 6 de maio de 2007, segundo um de seus assessores. As comemorações são discretas: depois de ter sido eleito com 53% dos votos ante a socialista Ségolène Royal, o presidente francês viu sua popularidade decair constantemente, até chegar a 32%, segundo as pesquisas mais pessimistas.
Queda na popularidade
Sarkozy perdeu a confiança dos franceses devido à ausência de resultados de sua política para aumentar o poder aquisitivo, uma de suas promessas de campanha. A oposição socialista critica duramente o presidente francês, acusado de governar unicamente para os ricos.
Sarkozy "modernizou a França", afirmou nesta terça-feira seu braço direito, Claude Guéant, mencionando as reformas já realizadas como a autonomia das universidades ou o serviço mínimo nos transportes. A imprensa, porém, é severa, denunciando o "fracasso" do "eterno candidato".
"Existe um sentimento de raiva e uma imensa decepção, inclusive entre pessoas que apoiavam Sarkozy;, afirmou o analista político Jean-Luc Parodi. Para se recuperar, o presidente francês tenta adotar um estilo mais compatível com sua função e controla sua hiperatividade, que muitos franceses consideram improdutiva. Segundo seus assessores, o casamento com a ex-modelo italiana Carla Bruni o ajudou a ficar mais sereno.
Sarkozy também conta com a presidência da União Européia, que a França assumirá em 1 de julho, para se reerguer nas pesquisas de opinião. O mandato do presidente francês expira em 2012.