postado em 06/05/2008 18:24
O Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) - WFP, na sigla em inglês - informou hoje (06/05) que alcançou parte dos estimados 1 milhão de desabrigados deixados pelo ciclone que atingiu Mianmar (antiga Birmânia) no fim de semana. O órgão acrescentou, porém, que muitas áreas costeiras permanecem isoladas, por causa das enchentes ou pelas estradas danificadas. "A assistência alimentar do WFP começou a alcançar pessoas que estão sem abrigo ou fontes de comida na região de Rangum", disse um comunicado assinado pelo diretor da agência para Mianmar, Chris Kaye. O texto faz referência à maior cidade do país.
Kaye acrescentou que outros carregamentos de alimentos serão despachados amanhã para a cidade portuária de Labutta, a área mais atingida pelo ciclone Nargis no último fim de semana. O número de mortos no país subiu para 22 mil hoje, segundo uma rádio estatal. Há ainda 41 mil desaparecidos. Obstáculos para as viagens e para a obtenção de vistos dificultaram as remessas de auxílio, segundo funcionários. Mas o sinal verde de Mianmar aceitando a ajuda iniciou um esforço global para minimizar os impactos negativos do ciclone.
Doações internacionais
A agência alimentar disse que seus representantes reportaram muitos danos em residências e abrigos nas áreas de plantação de arroz da costa de Mianmar. Também afirmou que o número de mortos após o desastre deve crescer. A WFP informou ter reservas em Rangum que serão distribuídas para as regiões que necessitarem. A agência também planeja enviar em breve suprimentos para outros pontos do país. Os Estados Unidos deram US$ 3 milhões ( cerca de R$ 5 milhões) adicionais às agências da ONU encarregadas de realizar o trabalho de auxílio às vítimas.
A nova contribuição ocorre ao mesmo tempo em que Mianmar segue resistindo à entrada de uma equipe de avaliação de desastres norte-americana. O governo militar de Mianmar geralmente dificulta o trabalho dos funcionários encarregados de realizar o socorro às vítimas. A obtenção de vistos também é um obstáculo para os estrangeiros encarregados do auxílio. A União Européia decidiu enviar 2 milhões de euros (US$ 3,1 milhões, ou R$ 5,15 milhões) para o socorro. A informação foi divulgada em um comunicado da Eslovênia, presidente de turno do bloco. A China doou US$ 1 milhão (R$ 1,66 milhão). Vários países anunciaram doações para auxiliar no combate aos problemas trazidos pelo ciclone, alguns deles membros da UE. Entre eles estão França, Espanha, Noruega, Holanda, República Checa, Rússia, Suíça e Cingapura.