postado em 06/05/2008 18:37
O presidente da China, Hu Jintao, iniciou hoje (06/05) uma visita ao Japão durante a qual líderes dos dois países pretendem usar o pingue-pongue e os ursos panda como meios de desfazer a tensão provocada por temas que vão de disputas limítrofes ao ressentimento mútuo. Hu pediu a seu colega japonês, o primeiro-ministro Yasuo Fukuda, que os dois gigantes asiáticos melhorem suas relações, que freqüentemente passam por abalos, e, como um gesto de boa vontade, sugeriu que a China poderá mandar ao zoológico de Tóquio um casal de ursos pandas. O casal substituiria Ling Ling, um panda gigante de 22 anos que vivia no zoológico de Tóquio e era um símbolo da amizade entre os dois países, mas que morreu na semana passada de ataque cardíaco.
Hu é o funcionário chinês de mais alto escalão a visitar o Japão em uma década. "Estamos em um novo ponto de partida", declarou Hu. Hu jantou hoje com o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, e deverá se reunir amanhã com o imperador Akihito no decorrer da manhã. Mais tarde ele encontrará líderes empresariais e dirigentes dos principais partidos políticos japoneses. Hu e Fukuda deverão conversar sobre mudanças climáticas, disputadas reservas de gás no Mar do Leste da China, regulamentações chinesas de segurança alimentar e talvez sobre o Tibete. Mas, para marcar o tom amistoso do diálogo, os dois líderes também deverão jogar pingue-pongue e falar sobre ursos pandas.
Hu espera que a sua visita projete a China como um vizinho bom a amistoso aos japoneses, após semanas de protestos por causa do Tibete e questões dos direitos humanos, que frustraram os chineses enquanto a Tocha Olímpica percorria o mundo. Antes da sua chegada, no entanto, cerca de 500 pessoas protestaram em Tóquio, muitas carregando cartazes nos quais se lia "Tibete livre". Ninguém foi preso ou ficou ferido, embora alguns manifestantes japoneses tenham lutado com a polícia na frente do restaurante francês onde Hu e Fukuda almoçaram mais tarde. O governo japonês mobilizou sete mil policiais para a segurança da visita de Hu.
Clima
O chanceler do Japão disse que a China concordou em divulgar um comunicado conjunto e inesperado que será liberado no final da visita. O comunicado abordará a mudança climática e considera caminhos para reduzir as emissões de dióxido de carbono até 2050. Aparentemente, os dois países também concordaram em trabalhar juntos na Organização das Nações Unidas (ONU) para produzir um novo acordo contra o aquecimento global. "Existe uma vasta série de assuntos para discutir, não apenas as relações entre a China e o Japão, mas também a paz, a estabilidade e a economia na região. Eu espero que troquemos visões, em uma ampla perspectiva," disse Fukuda.