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Amorim diz que vizinhos não aceitariam secessão na Bolívia

Para o ministro países latino americanos, a OEA e a igreja poderiam ajudar no diálogo entre Evo Morales e a oposição

postado em 06/05/2008 19:28
A América do Sul não aceitaria uma eventual secessão de Santa Cruz de la Sierra e de outras unidades da Bolívia, disse hoje (06/05) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao ser abordado sobre as conseqüências da recente aprovação do referendo sobre o estatuto de autonomia daquele departamento e sobre a decisão de outras três unidades bolivianas de submeter projetos semelhantes a consulta popular até o final de julho. "Não creio que haja desejo (de separatismo), até porque a América do Sul não aceitaria isso. Porque nós temos de trabalhar com as unidades nacionais", declarou Amorim, ao final de encontro com o novo chanceler do Uruguai, Gonzalo Fernández, no Itamaraty. "É natural haver o desejo de maior autonomia regional. A questão é saber como isso vai acontecer, se os dispositivos da autonomia são compatíveis com a Constituição em vigor. Quem tem de julgar isso são os bolivianos", completou Segundo o chanceler, o Grupo de Amigos da Bolívia - os governos do Brasil, da Argentina e da Colômbia -, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Igreja podem contribuir para o início de um diálogo "franco e amplo" entre a equipe de Evo Morales e os setores oposicionistas. Mas terão de agir de forma coordenada, discreta e cuidadosa. "Se houver diálogo, vai acabar havendo solução. As conquistas da eleição de Evo Morales, como a presença do elemento indígena, não podem ser revertidas. A autonomia, desde que respeitados os limites constitucionais, também é razoável", ponderou.

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