postado em 07/05/2008 10:36
GENEBRA - A justiça da Suíça confirmou nesta quarta-feira (07/05) a abertura de uma investigação sobre supostos subornos que o grupo industrial francês Alstom teria pago para obter contratos na América do Sul, particularmente no Brasil, e na Ásia. A polícia judicial suíça investiga pessoas ligadas a Alstom por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes que se presume foram cometidos na aquisição de contratos para obras de infra-estruturas na América do Sul e Ásia, informou o Ministério Público de Genebra.
O grupo francês Alstom é objeto desde novembro de 2007 de uma investigação judicial na França. A Alstom, especializada em transportes ; trens de alta velocidade, bondes, metrôs ; e energia, é suspeita de ter pago milhões de dólares de subornos para obter contratos na Ásia e América Latina entre 1995 e 2003, informou na terça-feira o Wall Street Journal.
A procuradoria de Paris abriu em 7 de novembro de 2007 uma investigação judicial por corrupção ativa de agentes públicos estrangeiros e abuso de bem social, após uma denúncia da justiça suíça recebida em maio do ano passado. Com base em fontes ligadas ao caso, o Wall Street Journal afirma que a Alstom teria pago 6,8 milhões de dólares para obter um contrato de 45 milhões de dólares para a extensão do metrô de São Paulo.
Os investigadores examinam ainda pagamentos suspeitos de 200 milhões de dólares que a Alstom teria efetuado em projectos no Brasil, Venezuela, Cingapura e Indonésia. Nesta quarta-feira, o presidente da Alstom, Patrick Kron, afirmou não saber nada sobre as suspeitas de corrupção que afetam a empresa, considerou os mesmos assuntos antigos e disse que a empresa continuaría colaborando com a justiça.
"A justiça investiga assuntos antigos que remontam ao fim dos anos 1990, dos quais não sei nada, nem sobre os projetos mencionados, nem sobre as pessoas eventualmente envolvidas", disse Kron em uma teleconferência. "O grupo tem procedimentos estritos e extremamente precisos para que este respeito das regras seja efetivamente cumprido", acrescentou. "Porém, se assuntos antigos nos levarem a constatar que este não foi o caso, veremos", disse Kron, que assumiu o cargo em 2003.