postado em 07/05/2008 19:07
NOVA YORK - Mais de 50 pessoas foram presas nesta quarta-feira, em Nova York, em manifestações pacíficas realizadas em diferentes pontos da cidade contra a absolvição, no mês passado, de três policiais que mataram um jovem negro desarmado, em 2006, anunciou a Corporação.
"Não temos um número definitivo, mas há mais de 50 detidos", disse uma porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York, acrescentando que, até o momento, não há informes sobre danos, ou violência.
"Sem justiça, não haverá paz", "todo este maldito sistema é culpado", eram algumas das palavras de ordem nos cartazes e nos brados das centenas de pessoas reunidas em frente ao quartel de polícia, atrás da prefeitura de Nova York.
Os manifestantes expressaram sua raiva depois que foram absolvidos os três policiais que crivaram de balas o jovem Sean Bell, de 23 anos, na saída de uma boate, no dia do seu casamento.
Robert Porter, de 44 anos, primo da vítima, disse à France Press que a intenção é organizar, a partir de agora, manifestações diárias, ;faça sol ou faça chuva". "Queremos que se faça justiça. É simples assim", resumiu.
Os protestos se espalharam pelos bairros do Harlem, Midtown, Murray Hill, Baixo Manhattan e Brooklyn, e nas pontes de Queensboro, Triborough e Brooklyn, atrapalhando o trânsito, informou os organizadores. Várias pessoas foram presas na frente do quartel de polícia. "Há detidos", anunciou uma porta-voz policial, sem informar o número exato. Até o momento, acrescentou, não há informações de danos, nem de violência.
Decisão judicial
O juiz Arthur Cooperman decidiu abandonar as diligências contra os três policiais que, em 26 de novembro de 2006, perseguiram de carro um veículo na saída de uma boate, disparando contra seus três ocupantes. Sean foi morto, e seus dois amigos ficaram feridos. Os policiais justificaram o uso de suas armas, alegando que acreditaram que os ocupantes do veículo estivessem armados, o que não foi verificado.
Na sentença emitida no final de abril, o juiz estimou que os policiais não tinham responsabilidade criminal na morte de Sean Bell. "Os testemunhos não foram suficientes para provar que os policiais se enganaram ao abrir fogo", informou na época. O depoimento dos três oficiais foi "mais crível do que o das vítimas", disse o juiz, no mesmo texto.