postado em 08/05/2008 07:55
YANGUN - A junta militar birmanesa aceitou nesta quinta-feira (08/05) a ajuda de emergência dos Estados Unidos para os desabrigados do ciclone Nargis que, segundo uma autoridade de Mianmar, teria provocado pelo menos 80 mil mortes e, de acordo com fontes diplomáticas americanas, mais de 100 mil. Somente na cidade de Labutta e nas 63 localidades das imediações, situadas no delta do rio Irrawaddy, o ciclone teria deixado 80 mil mortos.
"Até agora, o balanço estimativo nestas áreas é de 80 mil mortos", declarou Tin Win, governador de um distrito de Labutta, no coração do delta meridional de Irrawaddy, arrasado pelo ciclone. O último balanço oficial, ainda provisório, da catástrofe, anunciado quarta-feira, é de 22.980 mortos e 42.119 desaparecidos. No entanto, a encarregada de negócios americana em Mianmar, Shari Villarosa, declarou que o número de mortos pode superar 1O0 mil.
Apesar do tamanho da catástrofe e dos pedidos reiterados da comunidade internacional, a junta militar, que exerce um poder despótico no país desde 1962, impõe vários obstáculos para a entrada das equipes humanitárias estrangeiras. Seis dias depois da tragédia, a ONU anunciou nesta quinta-feira que especialistas em avaliação de catástrofes terão permissão de viajar para Yangun.
Quatro membros asiáticos da equipe da ONU de avaliação e coordenação que estão em Bangcoc receberam na quarta-feira os vistos de entrada em Mianmar e devem viajar nesta quinta-feira. O quinto membro da equipe, que não é asiático, continua à espera do visto. A ONU também anunciou que vai liberar de modo imediato 10 milhões de dólares dos fundos de resposta urgente às catástrofes (CERF) para ajudar as vítimas de Mianmar.