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Israel comemora hoje seus 60 anos

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postado em 08/05/2008 10:53
JERUSALÉM - Israel comemora nesta quinta-feira (08/05) o 60º aniversário da sua tumultuosa existência, enquanto os palestinos lembravam o Nakba, a considerada catástrofe para eles da criação do Estado judaico. As festividades acontecem, no entanto, em meio ao mistério que cerca o inquérito realizado contra o primeiro-ministro Ehud Olmert, interrogado na sexta-feira pela polícia. De acordo com a imprensa local, o verdadeiro 'blecaute' informativo imposto pela justiça poderá ser encerrado no fim das comemorações, na noite desta quinta-feira. O jornal Yédiot Aharonot indicou na última sexta-feira que Olmert aparentemente era suspeito de ter recebido dinheiro de um empresário americano, supostamente para financiar campanhas eleitorais. Apesar do desejo de saber realmente o que está ocorrendo, os israelenses celebraram na quinta-feira a festa da independência organizando piqueniques nos parques, nas praias ou mesmo nos jardins das casas. Israelense comemora os 60 anos de seu paísO Exército também contribuiu para as comemorações: aviões sobrevoaram todo o país, enquanto está previsto que dezenas de pára-quedistas saltem em direção a uma praia de Tel Aviv. Em Ashkelon, no sul, 120 pára-quedistas estrangeiros também devem efetuar um salto coletivo. Desfiles militares estão programados para todo o país. As comemorações acontecem sob forte vigilância, já que se temem atentados palestinos. Milhares de policiais e soldados foram mobilizados. O Exército israelense impôs desde segunda-feira um bloqueio à Cisjordânia, citando questões de segurança. Milhares de colonos e militantes de direita marcaram o aniversário organizando uma marcha para a colônia de Migron e sobre a área de implantação abandonada de Homesh, na parte ocupada da Cisjordânia. Os palestinos inauguraram na Cisjordânia um "campo do regresso", um centro para lembrar a perseguição realizada por Israel durante a sua criação. O campo do regresso foi inaugurado na presença do primeiro-ministro palestino Salam Fayyad em tendas erguidas sobre uma área de Ramallah, perto do Mouqataa, o quartel-general da Autoridade Palestina. Ele abriga uma exposição de fotografias e de documentos que reconstituem o 'Nakba' para os palestinos pela criação de Israel em 1948. Ele deve realizar futuramente palestras sobre o assunto. Quase 760 mil palestinos foram obrigados a abandonar suas casas durante a criação do Estado de Israel. O destino desses refugiados e dos seus descendentes, no total quase 4,5 milhões de pessoas, é a questão mais espinhosa do conflito entre o Estado Hebreu e os palestinos, e Israel se recusa a discutir a devolução desses territórios. Em Belém, no sul da Cisjordânia, centenas de palestinos marcharam por três campos de refugiados. À tarde, milhares de pessoas são esperadas em Saffouriya, perto de Nazaré, Galiléia, para a tradicional manifestação de árabes-israelenses que exigem o direito de retorno para essas terras.

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