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Hezbollah: um Estado dentro do Estado libanês

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postado em 09/05/2008 13:18
BEIRUTE - O movimento xiita de oposição Hezbollah (Partido de Deus) é considerado um Estado dentro do Estado libanês. É organização paramilitar solidamente equipada, além de ser firme aliado do Irã e da Síria no Oriente Médio, que aspira a um amplo apoio popular. Inimigo jurado de Israel e dos Estados Unidos, que o colocam na lista das organizações terroristas, o Hezbollah conta com milhares de combatentes, treinados na luta armada contra Israel, iniciada no Líbano, em 1985. O Hezbollah, criado por iniciativa dos Guardiões da Revolução iranianos em 1982, em Baalbeck (leste do Líbano), coincidindo com a invasão israelense do território libanês, possui rádio e televisão por satélite (Al Manar) próprios, ambos de muita audiência no mundo árabe, principalmente nos territórios palestinos. O Hezbollah também é um partido político com representação no parlamento desde 1992. Desde 2005, conta com dois ministros no governo libanês. Este movimento, cujo nome significa "Partido de Deus", dispõe de uma incalculável quantidade de simpatizantes entre os xiitas, a comunidade majoritária no Líbano, a quem ajuda através de uma rede de serviços sociais. O Irã fornece equipamentos cada vez mais sofisticados para seu braço armado, a Resistência Islâmica. Seu líder é o chefe da Resistência Islâmica, o xeque Hassan Nasrallah. Segundo a revista semanal britânica Jane's Defence Weekly, especializada em temas militares, o Hezbollah possui entre 10 mil e 15 mil mísseis e foguetes, incluindo mísseis com capacidade de alcançar Tel Aviv. Os especialistas afirmam que a Síria foi durante anos o país que forneceu ao Líbano 10 mil mísseis e foguetes de longo alcance. Os combatentes do Hezbollah se escondem nas montanhas da fronteira israelense-libanesa e são dificilmente localizáveis. O quartel-general político-militar da organização se encontra nos subúrbios do sul de Beirute. O Hezbollah afirma ter desempenhado um papel decisivo na "Libertação do Sul do Líbano", evacuado unilateralmente em maio de 2000 pelo exército israelense, depois de 22 anos de ocupação. Durante esta ocupação, os combatentes do Hezbollah provocaram grandes perdas ao exército israelense e aterrorizaram com seus foguetes os habitantes do norte de Israel. Antes de deixarem a zona, o exército hebreu tentou em vão aniquilar o Hezbollah em 1993 e em 1996.

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