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Hezbollah ordena retirada de seus milicianos de Beirute

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postado em 10/05/2008 17:35
A milícia xiita libanesa Hezbollah ordenou a seus combatentes que se retirem das áreas de Beirute que haviam tomado depois de terem ocupado grande parte da cidade ontem. Neste sábado, o Hezbollah anunciou o fim do conflito armado, após recuo do governo contra o grupo. Embora as tensões aparentemente tenham se reduzido na capital libanesa, um confronto entre grupos armados pró e contra o governo do primeiro-ministro Fuad Saniora deixou 12 mortos e 20 feridos em uma aldeia no Norte do país. Pelo menos 37 pessoas morreram em quatro dias de confronto entre facções libanesas rivais. Ontem, o Hezbollah e seus aliados assumiram o controle de boa parte de Beirute, em uma demonstração de força contra o governo de Siniora, que é aliado dos Estados Unidos. Os conflitos armados foram os piores desde a guerra civil libanesa de 1975/90. Câmeras Os choques começaram depois de o governo declarar que a rede de telefones privada do Hezbollah é ilegal e anunciar que o chefe da Segurança do Aeroporto de Beirute seria afastado, por ter facilitado a instalação de câmeras de segurança do movimento xiita perto de uma das pistas. Observadores políticos disseram que o Hezbollah instalou essas câmeras para prevenir-se contra um possível desembarque de tropas israelenses, tido como iminente. No ano passado, o Hezbollah foi o principal alvo da invasão do Líbano por Israel e a única força libanesa a resistir à invasão. Embora boa parte da infra-estrutura de transportes e de energia elétrica do Líbano tenha sido destruída pelos israelenses, o Hezbollah saiu vitorioso após 34 dias de guerra, porque sua capacidade militar não foi destruída. Governo Neste sábado, em sua primeira aparição pública desde o início dos confrontos, o primeiro-ministro Saniora, que é sunita, disse que o sonho de implantação da democracia no Líbano "levou uma facada envenenada com o golpe armado lançado pelo Hezbollah e seus aliados" e orientou o Exército a "continuar a tomar medidas para estabelecer a segurança, impor a autoridade do Estado e prender os violadores". Ele ressalvou que deixaria com o Exército a tarefa de resolver as questões das câmeras do Hezbollah no aeroporto e da rede telefônica da milícia xiita. O Exército, por sua vez, buscou uma solução de conciliação, ao anunciar que o chefe da Segurança do aeroporto não será afastado e ao recomendar que o governo revogue a decisão de declarar ilegal a rede de comunicações do Hezbollah. Confronto Na pequena cidade de Halba, no Norte do Líbano (região majoritariamente sunita), militantes leais ao líder da maioria no Parlamento libanês, o sunita Saad Hariri, entraram em confronto hoje com partidários do Partido Social Nacionalista Sírio, um agrupamento secular pró-síria aliado ao Hezbollah. De acordo com funcionários dos hospitais locais, 12 pessoas morreram e 20 ficaram feridas nesse combate. As informações são de agências internacionais.

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