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Poderio militar aumenta domínio de Hezbollah

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postado em 11/05/2008 10:22
O Hezbollah pode tanto ser um grupo terrorista, como dizem os israelenses, uma ameaça à democracia libanesa, como diz o governo do premiê Fuad Siniora, ou uma resistência contra Israel conforme afirmam seus defensores no mundo árabe. O que ninguém discorda é que o grupo, apoiado por Irã e Síria, supera militarmente qualquer outra milícia no Líbano. Seria mais forte até do que as Forças Armadas libanesas, tornando-se praticamente imbatível em uma possível guerra civil. Concentrado perto da fronteira com Israel, no Vale do Bekaa, e nos bairros do sul de Beirute, a ameaça do Hezbollah é tão grande que a Jane's Security Report (uma das principais consultorias de segurança do mundo) afirma que a organização foi capaz de combater de igual para igual o sofisticado Exército israelense na guerra de 2006, coisa que jamais um Exército árabe conseguiu. O poderio bélico do Hezbollah transformou os xiitas, antes marginalizados no Líbano, em um dos principais atores na política libanesa. No início da guerra civil, em 1975, o Hezbollah nem sequer existia. Quando o conflito terminou, 15 anos depois, o grupo foi o único que recebeu permissão pelos acordos de paz libaneses para manter suas armas por ser uma força de resistência à ocupação israelense no sul do Líbano. Mas Israel deixou o território em 2000, permanecendo apenas numa pequena área denominada Fazendas de Shebaa Após a guerra contra os israelenses, em 2006, o Hezbollah voltou-se para dentro do Líbano. Nos anos 80, o grupo chegou a pregar o estabelecimento de um Estado islâmico nos moldes iranianos no Líbano. Mas a posição do grupo se alterou ao longo dos anos 90. O Hezbollah entende que o Líbano é um país multirreligioso, com cristãos, sunitas e drusos. Naim Qassem, vice do secretário-geral do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, escreveu em seu livro Hizbullah, the Story from Within (A história do Hezbollah por dentro) que um Estado islâmico somente seria estabelecido quando dois terços dos libaneses concordassem. E ele não vê esse momento tão próximo. Atualmente, o Hezbollah lidera uma oposição que congrega outros grupos xiitas, como o Amal, muitos cristãos, alguns drusos e poucos sunitas. O Amal, em geral, representa a classe média alta xiita, bem menos religiosa do que o Hezbollah. Os cristãos aliados dos xiitas são os seguidores do líder populista Michel Aoun, que no passado foi um algoz do grupo.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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