postado em 12/05/2008 11:46
BRUXELAS - A União Européia (UE) respirou aliviada nesta segunda-feira (12/05) após a vitória dos pró-europeus nas legislativas sérvias de domingo, que ao que tudo indica deverá aproximar Belgrado do bloco. Desde a noite de domingo, a presidência eslovena da UE e o líder da diplomacia européia, Javier Solana, celebraram a vitória das forças pró-Europa do Partido Democrático (DS) do presidente sérvio Boris Tadic. "Espero que se forme rapidamente um novo governo que se comprometa firmemente com as reformas e que consiga as condições necessárias para novos avanços em direção a Europa. Um governo desse tipo teria todo apoio da UE", afirmou Solana em comunicado nesta segunda-feira. Contudo, até agora, não há garantias de que isso se torne realidade.
Se o partido de Tadic surpreendeu ao vencer nas eleições, apesar do ressentimento dos sérvios em relação à Europa, que respaldou a independência unilateral de Kosovo, a formação de uma coalizão governamental decididamente pró-européia será uma tarefa difícil. O DS voltará a ficar praticamente em igualdade de cadeiras com os nacionalistas no Parlamento e poderá ser obrigado a uma aliança com alguma das duas formações dessa tendência.
Apesar da sua derrota, o líder dos ultranacionalistas pró-Rússia, Tomislav Nikolic, poderá tentar formar uma coalizão com as forças do atual primeiro-ministro, Vojislav Kostunica e com o Partido Socialista (SPS), fundado por Slobodan Milosevic, já falecido. A vitória de Tadic deverá permitir ao país "avançar no caminho da UE, incluindo o estatuto de candidato", prometeu a presidência eslovena do bloco.
A questão é que apesar da UE ter feito um gesto a favor dos pró-europeus na Sérvia ao assinar um acordo de associação com Belgrado, primeira etapa para a adesão, esse texto ainda não tem efeito. Isso ocorre porque ele só entrará em vigor se Belgrado "cooperar plenamente" com o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPI) de Haia.
Esta foi a condição imposta pelos belgas e holandeses, que exigem a prisão do ex-líder político dos sérvios bósnios, Radovan Karadzic e principalmente o ex-chefe militar Ratko Mladic, acusado de genocídio pelo massacre de cerca de 8.000 mulçumanos em 1995 em Srebrenica, enclave sob proteção dos soldados da ONU holandeses.