postado em 12/05/2008 12:57
NÁPOLES - A crise do lixo se agravou nesta segunda-feira (12/05) em Nápoles (sul da Itália), onde milhares de pessoas protestaram contra a decisão das autoridades de confiscar uma pedreira para transformá-la em um depósito de lixo. O primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, deve realizar na próxima semana seu primeiro conselho de ministros em Nápoles, capital da região da Campagna, que há 14 anos está em "estado de emergência pela situação do lixo".
Após uma relativa calma durante a campanha eleitoral das eleições legislativas de abril, aproximadamente 3.500 toneladas de lixo não recolhido continuam nas ruas de Nápoles, enquanto que um total de 45 mil toneladas de lixo se acumula em toda a região da Campagna, segundo a imprensa local.
O Conselho Municipal se reuniu na última segunda-feira para examinar a crise e a confiscação de uma pedreira em Chiaiano (periferia ao norte de Nápoles) para que o lixão seja construído. Pelo menos, mil pessoas participaram da manifestação em frente à pedreira. "Há uma semana ocupamos o local, dia e noite, para impedir o despejo do lixo. Não aceitamos uma decisão precipitada, com casas a menos de cem metros do lugar. Não queremos que nossas vidas e nossa saúde fiquem expostas ao perigo", explicou um porta-voz do movimento. A situação se agrava ainda mais com a chegada do calor da primavera.
Berlusconi prometeu resolver os problemas de organização e administração dos centros de tratamento de lixo e da gestão anárquica, devido à infiltração do crime organizado no mercado de reciclagem de lixo em Nápoles.