postado em 12/05/2008 15:56
LIMA - A 5ª Cúpula América-Latina, Caribe e União Européia (ALC-UE) será aberta formalmente nesta terça-feira (13/05) em Lima sob um forte esquema de segurança e com a reunião de funcionários representantes dos 60 países participantes.
A reunião de caráter técnico, que será realizada amanhã no Museu da Nação, vai durar dois dias e permitirá estabelecer detalhes da declaração da Cúpula, voltada para a luta contra a pobreza e o combate ao aquecimento global.
O encontro será uma prévia da reunião de chanceleres no dia 15 de maio, onde será revisto o texto da declaração final que será discutido pelos presidentes no dia 16 de maio na última etapa da Cúpula.
A Cúpula permitirá avaliar também os avanços na integração comercial entre a UE e a América Central, a Comunidade Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru), e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
Pobreza está na lista de temas
A agenda está marcada pelos temas de redução da pobreza (América Latina tem os maiores índices de desigualde globais) e mudança climática, mas com espaço para outros assuntos delicados como a migração e a crise alimentar.
Pelo menos 45 chefes de Estado confirmaram a participação, embora as presenças do presidente venezuelano, Hugo Chávez, um crítico feroz ao formato da Cúpula, e do chefe de estado cubano Raúl Castro, ainda não tenham sido confirmadas. Chávez afirmou no domingo, em Caracas, que não sabe se vai a Lima. "Somos convidados para ficarmos calados", criticou.
O mandatário também criticou a Europa, que segundo ele fala em ajuda, mas não elaboram um plano real. "Pergunte ao presidente do Haiti quantas promessas a Europa já lhe fez". "Espero que a Europa entenda o que está acontecendo na América Latina, porque às vezes parece que eles não estão a par, que não entendem", afirmou.
Paralelamente, haverá um encontro de empresários, que será aberto pela chanceler alemã, Angela Merkel, e uma Cúpula Alternativa, elaborados por organizações não governamentais (ONGs) de esquerda.
O governo autorizou as Forças Armadas a reforçarem a segurança, que contará também com um contingente de 95.000 agentes da polícia. A preocupação de um possível atentado não é para menos, já que poucas vezes 45 presidentes e representantes de países dormem na mesma cidade.