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Número de mortos na China sobe para 8.693

As autoridades chinesas temem que o número aumente muito até o fim dos resgates

postado em 12/05/2008 17:47
PEQUIM - Pelo menos 8.693 pessoas morreram nesta segunda-feira (12/05) na província chinesa de Sichuan (sudoeste), após um forte terremoto de 7,8 graus na escala Richter, que também afetou áreas vizinhas. Segundo o último balanço oficial, 8.533 pessoas morreram em Sichuan; 48, na província de Gansu (noroeste); 61, na de Shaanxi (noroeste); 50, na cidade de Chongqing (sudoeste); e 1, na província de Yunnan (sudoeste). A zona do epicentro continua inacessível, uma das equipes de resgate que tentou chegar ao local teve de parar a 90 km de seu destino, porque as estradas dessa região montanhosa estão inutilizáveis. "Fazemos o que podemos, mas as estradas estão cobertas de pedras e rochas", declarou Li Chongxi, responsável pela equipe. As autoridades tentaram enviar quatro helicópteros, mas as fortes chuvas os impediram de chegar, anunciou a emissora de televisão chinesa CCTV. O sismo, registrado às 14h30 locais (3h30 de Brasília), teve seu epicentro no distrito de Wenchuan, a 93 km de Chengdu, capital da província de Sichuan, onde vivem mais de 10 milhões de pessoas, segundo o Instituto Nacional de Geofísica dos Estados Unidos (USGS). Estudantes soterrados A Nova China confirmou a morte de pelo menos 50 estudantes em Sichuan após o desabamento do instituto em que se encontravam, enquanto que outros 850 ainda se encontravam sob os escombros. Na mesma província, foram registrados dois desmoronamentos de fábricas de produtos químicos, o que deixou centenas de funcionários sob os escombros e obrigou a retirada de cerca de 6.000 pessoas. Hoje, antes de conhecer a amplitude das perdas, o primeiro-ministro chinês, Wen Jibao, descreveu o terremoto como um "desastre" e pediu "calma e coragem" à população. "Diante do desastre, o mais importante é calma, a confiança, a coragem e uma direção forte", declarou o chefe de governo, mais cedo, em um avião que o levava para Sichuan. À noite, o premier visitou o instituto atingido e prometeu a chegada de mais equipes de socorro e do Exército. "Mesmo que haja apenas 1% de possibilidade, faremos todo o possível para tirá-los dali", disse ele aos pais dos alunos soterrados. As autoridades temem que o balanço de vítimas fatais continue aumentado, já que várias testemunhas asseguraram que muitos edifícios foram destruídos. Os tremores Segundo um funcionário do Escritório de Sismologia, "filas inteiras de casas" foram destruídas na cidade de Dujiangyan, de cerca de 600 mil habitantes e próxima do epicentro. Vários moradores de Chengdu, contatados por telefone, contaram ter sentido um forte tremor, que quebrou até as janelas. O aeroporto internacional dessa cidade de mais de 10 milhões de habitantes foi reaberto no final do dia. Em Chengdu, informou a rede de televisão CCTV, o transporte público e o abastecimento elétrico continuavam funcionando. Muitos habitantes dessa cidade se mantinham fora de suas casas por medo de novos tremores. "A maior parte da população de Chengdu está do lado de fora, nos parques, no estádio, na praça, e dormem fora de casa", relatou à AFP Bertrand Hartemann, um francês que trabalha nessa cidade. Os tremores de terra foram sentidos a milhares de quilômetros, em Xangai, Pequim, Hong Kong e Taipé e na ilha de Taiwan. "Todo o mundo entrou o pânico e saímos", disse Shen Jie, que trabalha no 19º andar do Shanghai Bank Tower. Em Pequim, centenas de executivos abandonaram, precipitadamente, seus escritórios e, pelo celular, tentavam falar com seus familiares. Uma réplica de 3,9 graus foi registrada na capital, no bairro de Tongzhou, embora ainda não haja registro de vítimas, ou danos materiais, de acordo com a Nova China. As instalações onde serão disputadas as provas dos Jogos Olímpicos, em agosto, também não sofreram danos. Resgate O presidente chinês, Hu Jintao, ordenou os "maiores esforços" para resgate das vítimas do tremor. O Exército foi mobilizado para auxiliar o governo local do distrito de Wenchuan a avaliar a situação e a ajudar nos trabalhos de resgate, explicou à Nova China Tian Yixiang, um oficial do Exército Popular de Libertação, membro do Departamento de Situações de Emergência. O governo chinês anunciou ainda um investimento inicial de 200 milhões de iuanes (US$ 29 milhões) para socorrer os desabrigados pelo sismo. Apoio internacional Várias autoridades do mundo inteiro enviaram mensagens de condolências e apoio à China e ofereceram sua ajuda. As mensagens vieram de toda parte, do presidente dos EUA, George W. Bush, à chanceler alemã, Angela Merkel, passando pelo presidente russo, Dmitri Medvedev. Bush expressou "suas condolências" pelo terremoto e ofereceu ajuda ao país, anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira. "O presidente expressa suas condolências às famílias que perderam seus entes queridos no terremoto", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, ressaltando que o governo americano está à espera de mais informações sobre o terremoto.

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