postado em 13/05/2008 11:32
PEQUIM - O terremoto de segunda-feira na China deixou mais de 12 mil mortos e milhares de pessoas ainda estão desaparecidas, informou nesta terça-feira (13/05) a agência oficial Xinhua. Somente na província de Sichuan, a mais afetada pelo tremor de 7,9 graus na escala Richter, mais de 12 mil pessoas morreram e pelo menos 9.400 estão soterradas nos escombros, indicou a agência, que citou como fonte o vice-governador da província.
Contudo, persiste uma certa confusão em torno dos números totais, difíceis de se estabelecer com exatidão pelo tamanho do desastre e os problemas de comunicação. A Xinhua citou autoridades da cidade de Mianyang, próxima do epicentro e situada em Sichuan, que davam um balanço local de 3.629 mortos e 18.645 pessoas presas nos escombros. Porém, segundo o vice-governador de Sichuan, Li Chengyun, 7.395 pessoas morreram em Mianyang, 2.648 na cidade vizinha de Deyang e 959 na capital da província, Chengdu.
O epicentro se situou no distrito de Wenchuan, uma região montanhosa de mais de 100 mil habitantes, mas até agora se tem poucas informações sobre esta área, de difícil acesso, pela destruição das estradas. As regiões vizinhas de Sichuán também foram afetadas pelo tremor. A agência Nova China informou 213 mortos na província de Gansu, 85 em Shaanxi, um em Yunán e oito na metrópole de Chongqing. O centro nacional de resgates, por sua vez, citou 50 motos em Chongqing.
O terremoto de segunda-feira foi o mais forte a atingir a China desde 1976, que praticamente destruiu a cidade de Tangshan, leste de Pequim, deixando um balanço oficial de 242 mil mortos, apesar de especialistas citarem mais de 700 mil vítimas fatais.
O presidente americano George W. Bush e seu colega chinês Hu Jintao, conversaram nesta terça-feira por telefone sobre o devastador terremoto que na segunda-feira sacudiu o sudoeste da China e sobre a situação no Tibete, informou a imprensa estatal. Bush disse que estava muito preocupado com a tragédia e disse que deseja fornecer todo o auxílio necessário, indicou a rede CCTV, citando um comunicado da chancelaria chinesa. De acordo com a Casa Branca, Washington ofereceu 500 mil dólares da ajuda.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) doou nesta terça-feira um milhão de dólares para ajudar as regiões afetadas pelo terremoto da China. A doação será feita por meio do Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos de Pequim (BOCOG), informou o COI em um comunicado. O percurso da tocha olímpica será encurtado por causa do devastador terremoto que afetou o sudoeste da China, informou à AFP o porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (BOCOG), Sun Weide.
A partir de quarta-feira, quando a tocha passará pela província oriental de Jianxi, a viagem será reduzida e se respeitará um minuto de silêncio antes da saída da tocha. Hu Jintao insistiu por outro lado que a questão do Tibete é um assunto interno da China, e espera que Washington atue de acordo com esse princípio, de acordo com a rede de televisão CCTV. Os Estados Unidos sempre estimularam Pequim a iniciar um diálogo com o Dalai Lama, líder espiritual tibetano no exílio, após os violentos distúrbios que foram registrados em março nessa região chinesa.