Pressão internacional Em uma coletiva de imprensa, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou sua preocupação e sua ;imensa frustração; diante da lentidão inaceitável da resposta a essa grave crise humanitária. O presidente americano, George W. Bush, um dos maiores críticos da junta birmanesa, afirmou que "o mundo deve estar irritado e condenar o regime asiático;. Após uma reunião ministerial de emergência, a União Européia (UE) exigiu das autoridades birmanesas que ofereçam um acesso livre de qualquer obstáculo aos especialistas humanitários, incluindo a rápida entrega de vistos. A UE também reivindicou a adoção de "medidas urgentes para facilitar a chegada da ajuda às pessoas necessitadas que devem se beneficiar plenamente da assistência oferecida pela comunidade internacional". O comissário europeu de Desenvolvimento, Louis Michel, anunciou ter obtido um visto para entrar em Mianmar. Ele viajará para Bangcoc e, então, seguirá para Yangun. Diante do elevado risco de fracasso dessa missão, os ministros da UE rejeitaram uma proposta francesa para exigir da ONU que imponha a ajuda internacional à junta. Sobreviventes buscam ajuda Apesar de o ritmo de entrada de ajuda estrangeira ter se acelerado desde domingo, as necessidades continuam sendo imensas para sobreviventes desesperados e isolados, nas zonas do delta do Irrawaddy (sudoeste), onde ainda flutuam cadáveres em decomposição. A ONU, que acredita que haja mais de 100 mil mortos, alertou para possíveis epidemias de dengue e malária. Até agora, as operações de socorro haviam permitido responder a apenas de 10% a 20% das necessidades de água potável, víveres e materiais, segundo a ONU. Depois de visitar diferentes localidades afetadas, a responsável pela Cruz Vermelha em Yangun, Bridget Gardner, declarou que ;a população precisa desesperadamente de alojamento, água potável e cuidados básicos". ;Na cidade de Labutta, mais de 10.000 pessoas estão sem abrigo, quando as intensas chuvas já haviam começado", disse Gardner, em nota divulgada em Genebra. Os trabalhadores humanitários estrangeiros dizem ter dificuldades logísticas. Pelo menos 50 dos que trabalham para agências da ONU e para ONGs continuam esperando seus vistos para entrar em Mianmar. Depois da chegada de um primeiro avião cheio de ajuda a Yangun, os Estados Unidos enviaram hoje mais um aparelho. Um terceiro avião também deve chegar em breve. Enquanto isso, a junta continua querendo controlar a distribuição dessa ajuda.