postado em 14/05/2008 09:10
VIENA - As vítimas de Josef Fritzl, que durante 24 anos seqüestrou e violentou sua filha Elisabeth, manifestaram publicamente pela primeira vez suas alegrias, esperanças e pesares em mensagens e desenhos em Amstetten, informou nesta quarta-feira (14/05) o jornal Kurier. As mensagens manuscritas, colocadas dentro de palmas de mão desenhadas, são acompanhadas por palavras de agradecimento pelas manifestações de "compaixão e simpatia" procedentes do mundo inteiro.
"Desejo a recuperação de minha filha Kerstin, o amor de meus filhos, a proteção da família", escreveu em uma delas Elisabeth Fritzl, a mulher de 42 anos que durante os últimos 24 foi mantida trancada no porão de sua casa por seu pai que a violentava reiteradamente e fez com que desse à luz sete filhos. A hospitalização de Kerstin, no dia 19 de abril, fez com que o drama fosse à tona. A jovem sofre de uma doença misteriosa, continua em coma induzido e respira com a ajuda de aparelhos e seu estado continua estável, segundo os médicos. Kerstin, 19 anos, viveu toda a sua vida, junto a seus irmãos, de 18 e 5 anos, e sua mãe, em cativeiro, no porão da casa de Fritzl.
Entre as mensagens colocadas em uma praça de Amstetten está a do irmão de Kerstin, 18 anos, que como ela nunca havia visto a luz do sol até ser libertado, no dia 26 de abril. "Gosto do sol, do ar fresco e da natureza. Fico feliz com a liberdade e por estar com minha família", disse o jovem. Os três filhos nascidos do incesto, que viveram uma vida normal depois que Fritzl os retirou ainda bebês do porão e os adotou com sua esposa, também estão hospitalizados na mesma unidade isolada do hospital psiquiátrico da cidade onde se encontram seus irmãos, sua mãe e sua avó desde que o caso foi descoberto.
Em suas mensagens lamentam não ter voltado a ver seus amigos e desejam retomar os estudos. "A volta à realidade só pode ocorrer muito progressivamente e com muitas precauções", afirmou o chefe da equipe médica que os atende, Berthold Kepplinger.