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Olmert promete ampliar assentamentos na Cisjordânia

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postado em 14/05/2008 12:29
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, prometeu construir aproximadamente 600 habitações para judeus em assentamentos na Cisjordânia que são alvo de controvérsia. O anúncio foi feito por Eli Yishai, do ultra-ortodoxo Partido Shas, membro da coalizão que governa o país, mas ainda não foi confirmado oficialmente, e ameaça atrapalhar a visita de três dias do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. A informação foi divulgada pouco antes da chegada de Bush a Israel para participar das comemorações do 60º aniversário da fundação do Estado. Além disso, o presidente americano também quer fazer avançar o processo de paz entre israelenses e palestinos. Os palestinos querem toda a Cisjordânia como parte de um futuro Estado. Eles se opõem aos assentamentos judaicos na região, e o impasse atrapalha as negociações de paz. Há atualmente 270 mil israelenses vivendo em assentamentos na Cisjordânia. As novas construções nessas áreas podem ajudar o enfraquecido Olmert a manter unida sua coalizão, enquanto a polícia investiga suspeitas de corrupção contra ele. Mas traria mais dificuldades para o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, convencer seu povo de que a diplomacia, e não a violência, pode lhes garantir um Estado. Coalizão - O Partido Shas ameaçou deixar a coalizão - o que custaria a perda da maioria no Parlamento para Olmert - caso o líder israelense faça grandes concessões territoriais aos palestinos. Esse último gesto pode manter a sigla ao lado do primeiro-ministro, enquanto ele tenta sobreviver politicamente. Olmert é alvo de algumas investigações, entre elas uma em que é acusado de receber propina de um empresário norte-americano. Ele reconheceu ter aceitado doações de campanha, mas negou ter praticado irregularidades. O primeiro-ministro já anunciou que renunciará, caso seja indiciado. Violência - Além disso, a violência entre israelenses e palestinos continua. Dois civis palestinos e três militantes foram mortos hoje durante incursão das forças militares israelenses na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada por funcionários de saúde palestinos. Eles confirmaram que uma das vítimas era um adolescente de 17 anos, que andava de bicicleta. Tropas de Israel realizaram uma ofensiva no sul de Gaza contra rebeldes que lançam foguetes em território israelense. Dois militantes morreram em um ataque aéreo na cidade de Khan Younis e, horas depois, o jovem, outro civil e um militante morreram baleados no norte da Faixa de Gaza. Os incidentes ocorreram horas antes da chegada de Bush a Israel.

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