postado em 14/05/2008 16:37
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, dispensou hoje (14/05) os possíveis préstimos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para contornar o desgaste nas relações entre o seu país e a Venezuela, provocado por recentes ataques do presidente venezuelano, Hugo Chávez. No último domingo, Chávez declarou que Merkel vem de um "partido conservador, a mesma direita que apoiou (Adolf) Hitler e o fascismo". A acusação deu-se às vésperas da realização da Reunião de Cúpula da União Européia e da América Latina, nos próximos dias 16 e 17 em Lima, no Peru
Na ocasião, Merkel rebateu ao declarar que "um país sozinho não pode afetar as relações entre a União Européia e a América Latina em longo prazo" e que "o presidente Chávez não fala pela América Latina". "Cada país tem sua própria voz, com a qual busca seus próprios interesses", afirmou à imprensa alemã, para ressaltar em seguida que os eleitores venezuelanos também negaram a Chávez sua ambição por mais poder no referendo de 2007.
Ao lado de Lula, durante entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, Merkel afirmou que vai "apertar a mão e dizer bom dia" a todos os chefes de Estado presentes em Lima. "O presidente do Brasil pode ficar tranqüilo. Eu vou me virar sozinha", completou. Ao ser questionado se intermediaria uma reconciliação, Lula preferiu esquivar-se. "Se conheço bem o Chávez e a chanceler Merkel, sei que vão se encontrar, tomar um café, e a paz voltará entre Caracas e Bonn", declarou, confundido a capital da antiga Alemanha Ocidental com Berlim, a capital da Alemanha reunificada desde 1989.