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Governo libanês revoga medidas contra o Hezbollah

Os combates dos últimos dias foram os piores desde o fim da guerra civil, em 1990, e mataram pelo menos 65 pessoas

postado em 14/05/2008 18:00
BEIRUTE - O governo libanês anunciou nesta quarta-feira (14/05) que revoga as medidas contra o grupo islamita Hezbollah, responsáveis pelos piores confrontos vividos no país desde o fim da guerra civil, em 1990. As medidas tomadas pelo governo e que levaram aos conflitos foram: o afastamento do diretor de segurança do Aeroporto de Beirute, o major Wafiq Shukeir, e a decretação da clandestinidade da rede telefônica montada pelo Hezbollah. "Para facilitar as negociações da delegação da Liga Árabe e preservar a unidade nacional e a segurança dos cidadãos, o governo decidiu aceitar a decisão do exército em relação ao Hezbollah", disse o ministro da Informação, Ghazi Aridi, ao final de uma reunião do executivo. Semana passada, o governo libanês anunciou que ia investigar a rede de telecomunicações do Hezbollah e que afastava de seu posto de trabalho o chefe de segurança do aeroporto de Beirute por suspeitar que estivesse vinculado ao grupo xiita libanês. Conflitos O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, havia considerado essas medidas uma declaração de guerra. Os combates que se seguiram entre partidários do governo e da oposição deixaram pelo menos 65 mortos e 200 feridos. Os cofrontos chegaram ao fim quando o governo aprovou a intervenção do exército. Após dois dias de combates, o exército chegou a congelar no dia 10 de maio as medidas tomadas pelo governo e os homens armados se retiraram das ruas. O anúncio de hoje do governo de Beirute coincide com a presença no Líbano de missão mediadora da Liga Árabe. Muitos tiros disparados para o ar, em sinal de alegria, foram ouvidos há pouco em Beirute, em seguida à decisão do governo de anular as medidas tomadas contra o Hezbollah, constatou a AFP. Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU debateu a situação no Líbano decidindo esperar o resultado da mediação da Liga Árabe antes de tomar uma decisão, segundo fontes diplomáticas.

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