postado em 16/05/2008 13:02
MILÃO - O novo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, prometeu eliminar os tributos aplicados às horas extras e suprimir o imposto à residência principal para reativar o crescimento do país, mas essas duas medidas só terão efeito psicológico, asseguram os economistas. A Itália prevê um crescimento de 0,6% para este ano, mas muitos especialistas temem que a economia do país esteja paralisada desde o fim de 2007.
Durante seu discurso de política geral pronunciado esta semana no Parlamento, Berlusconi prometeu fazer todo o possível para acelerar o crescimento. O novo governo terá na quarta-feira um conselho de ministros em Nápoles (sul), tendo como agenda principal a supressão do imposto sobre a residência principal e uma eliminação "experimental" de impostos sobre as horas extras, duas promessas de campanha de Berlusconi.
"Partimos da hipótese de uma taxação única de 10% da parte variável do salário", ou seja, das horas extras, explicou o ministro de Questões Sociais, Maurizio Sacconi. Uma hora de trabalho é taxada atualmente em torno de 30%. O experimento duraria cerca de seis meses, de junho a dezembro, disse.
A outra medida esperada é a supressão do imposto sobre residência principal (ICI). "Essas medidas terão essencialmente um impacto psicológico na moral da população, que sente fortemente a lata dos preços dos alimentos e da gasolina", assinalou Paolo Mameli, economista de Intesa Sanpaolo.
"O governo vai atuar com prudência porque os recursos fiscais, apesar de serem bons, mostram os primeiros sinais de desaceleração". O custo das duas medidas seria de três a quatro milhões de euros, segundo os economistas.