Um beijo por um convite. A proposta da francesa era uma das tantas encontradas na porta do Palais du Festival em Cannes ontem. E não era a única. No mesmo barco da beijoqueira estavam dezenas de cinéfilos que ficam de fora das sessões oficiais e exercitam a criatividade em troca de um convite. Ontem a disputa foi mais quente, já que, na telona, estiveram Indiana Jones e companhia. "Esse é o mais difícil de conseguir", reclamou Stephanie Allerdice, estudante de cinema norte-americana que veio à França tentar conferir em primeira mão algumas das estréias que vão agitar o mercado.
"Não faremos isso de novo. É uma loucura", reconhece Amelia Sims, amiga de Stephanie. Apesar de todo o destaque de mídia que tem, o Festival de Cannes não é aberto ao público. As sessões são restritas a jornalistas credenciados e convidados. Oficialmente não existe venda de ingressos. A fundação Cannes Cinephilies oferece entradas para os apaixonados pela sétima arte, mas, para conseguir, é preciso paciência com a fila e certa dose de sorte.
"Prefiro tentar da minha maneira", disse Antoine Bordat. O cidadão de Paris não tem do que reclamar. Há 15 anos ele vem a Cannes e, sem cartazes, apenas pedindo discretamente, ele consegue ver o que quer. A estratégia dá certo, mesmo porque, no meio da conversa, Antoine recebe o que esperava. Este ano, disse ter conferido quase tudo até agora, inclusive os brasileiros. Se Ensaio sobre a cegueira considerou forte, se anima ao comentar Linha de passe, de Walter Salles e Daniela Thomas. "Gostei muito. Me agrada o estilo como eles filmam", elogiou.
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