postado em 19/05/2008 17:28
Sem-terra paraguaios anunciaram nesta segunda-feira (19/05) a ocupação de três propriedades rurais. Eles endureceram sua posição, afirmando que não abandonarão as propriedades invadidas anteriormente. Ao todo as ocupações chegam a 15 em três departamentos (Estados) do Paraguai, segundo um dos líderes do grupo.
O monsenhor Adalberto Martínez, bispo da diocese do departamento de San Pedro, no qual ocorreram invasões, pediu que os lavradores tenham "um pouco de paciência até que Fernando Lugo assuma o poder em agosto". Lugo é o presidente eleito do país. "Estamos em uma etapa difícil, pois se trata da transição de um governo para outro", avaliou o religioso, em entrevista à rádio 9.70, de Assunção
O dirigente Elvio Benítez, da filial da Mesa Coordenadora das Organizações Camponesas (MCNOC), maior entidade do tipo no país, afirmou que os sem-terra têm "direito a lutar por terra própria"."A Constituição garante a propriedade privada, mas também estabelece que todo paraguaio é merecedor de um terreno.
As três invasões de hoje ocorreram em Misiones, 200 quilômetros ao sul da capital, em Itapúa, 400 quilômetros ao sul, e em Kanindeyú, 450 quilômetros ao norte de Assunção. A área ocupada em Itapúa pertence à Força Aérea paraguaia. Na quinta-feira, foi organizado um desfile paramilitar com aproximadamente cem homens liderado por Benítez. Foram queimadas bandeiras do Brasil dentro da propriedade do empresário brasileiro Ulisses Teixeira, dono de 22 mil hectares de mata natural e de cultivos de soja.