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Conselho Sul-Americano de Defesa ganhar força

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postado em 19/05/2008 17:51
LA PAZ - A iniciativa do Brasil de criar um Conselho Sul-Americano de Defesa tem o apoio de todos os países da região, alguns mais entusiastas do que outros, e poderia se concretizar na sexta-feira (23/05) durante a Cúpula da Unasul, a União das Nações Sul-Americanas, afirmou nesta segunda-feira (19/05) o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, depois de se reunir com o presidente da Bolívia, Evo Morales. "Todos os países estão a favor, eu falei com todos e há uma posição favorável a esta instituição, alguns mais entusiastas, outros menos, mas há consenso para a criação do Conselho", declarou Jobim, após seu encontro com o presidente boliviano na casa presidencial do país. Proposta O Conselho proposto pelo Brasil é uma articulação de políticas regionais de defesa que possibilitaria a organização de exercícios e de forças de paz, assim como uma análise conjunta da conjuntura internacional e de situações regionais. O ministro brasileiro afirmou que há a possibilidade dos presidentes discutirem e criarem a institucionalidade do Conselho na Cúpula da Unasul, que começa na sexta-feira em Brasília, e que ele seria oficialmente inaugurado até o final do ano. A União de Nações Sul-Americanas é formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, países por onde Jobim passou levando sua iniciativa, antes de encerrar o périplo em La Paz. Colômbia Questionado sobre se o pouco entusiasmo do presidente colombiano Alvaro Uribe afetaria o projeto, o ministro brasileiro disse que, até onde sabe, "a Colômbia afirmou que vai estudar o tema". Antes, Jobim já havia dito que não seria conveniente que Bogotá se isolasse de uma iniciativa de semelhante magnitude e características. Segundo o ministro, a intenção é que depois da Cúpula da Unasul, na sexta-feira, em Brasília, possam ser dados mais alguns passos na direção de sua consolidação antes do fim do ano. "O que faremos é criar um grupo de trabalho de duas pessoas por país para o projeto do Conselho", explicou Jobim, depois de seu encontro com Morales. Sobre o entusiasmo dos países em relação à iniciativa brasileira Jobim não falou especificamente, mas destacou, em sua visita ao Uruguai na última sexta-feira, o apoio de "Rafael Correa (Equador) e Michelle Bachelet (Chile)" além da "cautela de Alvaro Uribe (Colômbia);. No caso boliviano, Nelson Jobim disse que o país governado pelo socialista Evo Morales respalda a formação do Conselho. "A Bolívia manifestou seu apoio, através do presidente Evo (Morales) e do ministro (da Defesa) Walker (San Miguel)". Durante uma recente visita a Montevidéu, o ministro da Defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou que o Conselho Sul-Americano "não é uma aliança militar clássica nem uma força militar de luta, mas sim um âmbito de diálogo para articular posições entre os ministérios da Defesa e os governos da região, sob os princípios de confiança, transparência e segurança".

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