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Rendição de líder é duro golpe para as Farc, diz ministro

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postado em 19/05/2008 18:41
O ministro do Interior e da Justiça colombiano, Carlos Holguín, disse nesta segunda-feira (19/05) que a rendição da guerrilheira Nelly Ávila Moreno, conhecida como "Karina", foi um duro golpe para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Nelly, que se entregou às autoridades colombianas no domingo, era considerada uma das mais violentas dirigentes da guerrilha. Há pelo menos duas décadas nas Farc, Nelly é acusada de participar do assassinato de Alberto Uribe, pai do atual presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, em 1983. A guerrilheira, no entanto, negou hoje participação no crime. "Não conheço nem sei quem matou o pai do presidente", disse a guerrilheira. "Não tenho as mãos sujas nesse caso." O governo acusa Nelly de ter comandado outros massacres. Um deles foi a tomada de um batalhão em Juradó, no litoral do Pacífico colombiano, em 1999, onde morreram 25 soldados. Em 2005, ela chefiou um ataque à polícia na cidade de San Marino, no noroeste da Colômbia, que terminou com um saldo de oito mortos. Aos 40 anos, ela era comandante da Frente 47 das Farc, que chegou a ter cerca de 300 guerrilheiros. "Essa era uma das frentes mais ativas e mais violentas", explicou Holguín. O ministro afirmou também que Nelly estaria disposta a entregar outros membros do grupo. Quando foi presa, a Frente 47 não tinha mais do que 50 homens, segundo a guerrilheira. O comandante da 4ª Brigada do Exército, general Pablo Rodríguez, disse que Nelly decidiu se entregar por causa da pressão exercida pelo Exército no município de Argelia, no Departamento de Antioquia, onde foi recolhida por um helicóptero militar no domingo. Além disso, Rodríguez afirmou que a guerrilheira passava fome na selva, estava desmotivada e cansada da guerra. Hoje, ela compareceu a uma entrevista coletiva. Visivelmente nervosa, a guerrilheira negou ser uma pessoa "sanguinária", como diz o governo, e explicou que decidiu se render em razão da perseguição sofrida por sua filha por parte da inteligência militar colombiana.

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