postado em 20/05/2008 18:37
O governo sul-africano ampliou nesta terça-feira (20/05) a ofensiva policial para controlar a onda de ataques xenófobos em Johannesburgo e prometeu proteger os imigrantes. A violência, que teve início na semana passada, já deixou ao menos 24 estrangeiros mortos e obrigou 13 mil a fugirem. Jacob Zuma, líder do partido governista e provável sucessor do presidente Thabo Mbeki, disse que o governo pode enviar o Exército para bairros na periferia da cidade, onde os ataques estão concentrados. Segundo Zuma, criminosos estão se aproveitando do caos para roubar e matar.
O ministro da Segurança, Charles Nqakula, disse à rede britânica BBC que o governo está providenciando abrigo para os estrangeiros e afirmou que não vai aproveitar a situação para expulsar os imigrantes ilegais. A polícia disparou hoje balas de borracha para dispersar cerca de 700 agressores que estavam expulsando estrangeiros na favela de Ramaphosa, em Johannesburgo. Durante o confronto, duas pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas.
Muitos sul-africanos pobres acusam os imigrantes de roubar seus empregos, de provocar a falta de moradias nas grandes cidades e de fomentar a violência nas periferias. Há cerca de 5 milhões de estrangeiros no país, 3 milhões do Zimbábue. Milhares de estrangeiros - a maioria do Zimbábue e de Moçambique - procuraram abrigo em delegacias, igrejas e centros comunitários para fugir da violência, que se intensificou no sábado (17/05). Desde então, dezenas de imigrantes foram mortos, queimados e espancados, e mulheres foram estupradas. Lojas e barracos também foram destruídos. A polícia prendeu cerca de 300 agressores.