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Argentina reduz impostos das exportações agrícolas

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postado em 21/05/2008 12:32
BUENOS AIRES - A Argentina vai reduzir os impostos sobre as milionárias exportações de soja para tentar solucionar o mais grave conflito agrário da história do país, apesar de os agricultores ainda pedirem mais concessões, revelaram nesta quarta-feira (21/05) fontes governamentais e empresariais. O governo da presidente Cristina Kirchner prometeu lançar um programa voltado para impor limites aos altos níveis tributários fixados para as vendas externas, ao mesmo tempo em que vai procurar um entendimento global com as maiores corporações produtivas, disse uma fonte oficial. As propostas foram feitas numa nova fase de trégua declarada nos protestos que começaram há 70 dias com milhares de produtores manifestando-se contra os impostos flutuantes sobre as exportações de soja, que aumentam conforme os preços internacionais. Mas as organizações agropecuárias mantêm a realização do maior ato de oposição ao governo peronista social-democrata nos últimos cinco anos, no próximo domingo em Rosário, a 300 km ao norte de Buenos Aires, sede do maior pólo exportador agrícola da nação. "Aceitamos negociar os mercados a futuro, estabelecendo um teto para o imposto quando o preço internacional da soja superar 600 dólares por tonelada", disse uma fonte governamental. Até agora, continua valendo o plano que provocou a ira dos agricultores, segundo o qual se o preço superar os 600 dólares por tonelada, o governo aplica uma taxa crescente que chega a 95%, o que foi considerado um ato confiscatório pelo setor, com exportações anuais de 30 bilhões de dólares. "Façam o que puderem porque senão retomaremos a greve", ameaçou Pedro Apaolaza, um dos líderes agrários, que exigem maiores compensações para os pequenos agricultores do que as fornecidas atualmente pelo governo.

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