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Promotor pede prisão de Carlos Menem por acobertar processo sobre atentado

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postado em 22/05/2008 17:17
BUENOS AIRES - O promotor Alberto Nisman pediu à justiça a detenção do ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-99), por suposto acobertamento do processo que investiga o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, informou nesta quinta-feira (22/05) uma fonte judicial. O pedido foi apresentado ao juiz federal Ariel Lijo, que analisa as irregularidades cometidas durante a investigação judicial original do atentado, que ficou impune. A promotoria pede também a cassação do mandato de Menem, que é senador pela província de La Rioja, onde nasceu, e por isso goza de fórum especial parlamentar que o protegeria de uma eventual prisão. Nisman acusa Menem de "acobertamento grave" da chamada "conexão local", que teria sido responsável pela logística do ataque terrorista contra a associação judaica, no bairro portenho de Once, que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994. Além do ex-presidente, o promotor também pede a prisão de Munir Menem, seu irmão, de Hugo Anzorreguy, ex-chefe do Serviço de Inteligência (SIDE), de Juan Carlos Anchezar, ex-subsecretário de Inteligência, de Juan José Galeano, juiz federal encarregado do processo original do atentado por 10 anos (até ser afastado da investigação) e de Jorge Palacios, ex-delegado da Unidade Antiterrorista. Segundo Nisman, Menem e seus ex-funcionários coordenaram ações para ocultar a suposta participação do empresário sírio-argentino Alberto Kanoore Edul no planejamento do ataque, e também para fazer desaparecer provas que o incriminariam, segundo a fonte. Galeano havia investigado e acusado Edul como suposto participante do atentado terrorista, mas depois o absolveu e o deixou em liberdade. Edul teria supostas ligações com Carlos Telleldín, que permaneceu 10 anos na prisão acusado de ter armado o carro-bomba que explodiu em frente à sede da AMIA, mas também terminou absolvido em 2005 por um tribunal oral que também perdoou quatro policiais apontados anteriormente por Galeano. Ninguém foi preso pelo ataque terrorista à AMIA, e a investigação está atualmente nas mãos de uma Unidade de Promotoria Especial, criada no governo de Néstor Kirchner (2003-2007) e coordenada por Nisman. Dentro da investigação, a Interpol expediu em 2007 ordens de captura contra cinco iranianos e um libanês acusados pela justiça argentina de envolvimento no atentado.

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