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Irã e Síria podem causar corrida armamentista no Oriente Médio

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postado em 22/05/2008 17:50
O general David Petraeus, chefe de operações dos EUA no Iraque, afirmou nesta quinta-feira ao Senado americano que a falta de transparência do Irã e da Síria sobre seus programas nucleares pode gerar uma "corrida armamentista desestabilizadora" na região. "A proliferação nuclear cria temores sobre a aquisição de artefatos nucleares por grupos terroristas transnacionais", disse Petraeus durante audiência que confirmou-o à frente do Comando Conjunto Central, que abrange 27 países, desde o leste da África Oriental até o Afeganistão. Ao início da audiência no Comitê das Forças Armadas do Senado, Petraeus disse que as principais ameaças na região são a presença da rede terrorista Al Qaeda, a proliferação de armas de destruição em massa, e a "falta de transparência nos esforços de países como Irã e Síria para o desenvolvimento de programas nucleares". Para Petraeus, os EUA devem persuadir a Síria de que uma corrida armamentista na região, o apoio a terroristas e uma desestabilização no Líbano não trazem benefícios ao país. O governo de Damasco nega a existência de instalações nucleares. Petraeus expressou ainda confiança em que as negociações de paz entre Israel e Síria contribuam para reduzir as tensões na região. No entanto, o general disse que a falta de desenvolvimento econômico sustentável em vários países da região também têm o potencial de se convertê-los em "criadouros do terrorismo". O comandante americano acrescentou que o tráfico de armas e drogas, a pirataria e o contrabando "prejudicam as sociedades, ameaçam o comércio legítimo e o fluxo de recursos estratégicos e, com freqüência, beneficiam as redes terroristas". "Estas atividades requerem uma resposta se terão êxito os esforços internacionais para combater o financiamento ao terrorismo" na região, ressaltou. Análise Desse modo, Petraeus ofereceu sua avaliação da situação atual na região, em momentos em que o Comitê das Forças Armadas prevê dar o sinal verde a sua promoção como próximo comandante das tropas americanas em todo o Oriente Médio. Quanto à presença das tropas americanas no Iraque, Petraeus disse que provavelmente em setembro será decidida a quantidade de soldados necessários no país. Petraeus deixou entrever que fará uma recomendação sobre uma possível redução de forças antes de assumir o novo cargo. O tenente-general Ray Odierno também esteve presente na audiência de hoje e, se for confirmado, assumirá a vaga deixada por Petraeus à frente das tropas no Iraque. O general americano substituirá, por sua vez, o almirante William Fallon à frente do Comando Central. O presidente do Comitê, o democrata Carl Levin, disse apoiar a decisão do presidente americano, George W. Bush, de promover Petraeus ao Comando Conjunto Central, porque, somado à ascensão de Odierno, "os dois oficiais oferecerão uma continuidade de liderança militar sem precedentes" à missão no Iraque.

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