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Presidentes oficializam Unasul, mas não criam Conselho

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postado em 23/05/2008 19:50
Presidentes de 12 países da América do Sul criaram oficialmente nesta sexta-feira (23/05) um órgão que tem como principal objetivo integrar o continente. A União Sul-Americana de Nações (Unasul) foi instituída durante reunião dos governantes em Brasília, na qual foi assinado, por unanimidade, o tratado de criação. A presidência do órgão será alternada entre os presidentes dos países membros. Cada mandato será de um ano. A primeira presidente escolhida foi a chilena Michelle Bachelet. Apesar da oficialização da Unasul, o Conselho de Defesa Sul-Americano ainda não foi criado. Os países decidiram criar um grupo de trabalho para concluir em 90 dias a proposta de criação do Conselho, como desejava o Brasil. Para o presidente Lula, o grupo de trabalho será importante para atender aos diferentes interesses dos países da região. Os presidentes não consideraram o adiamento da criação do Conselho como um fracasso. Lula está de ;alma lavada; O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (23/05) estar de ;alma lavada; ao encerrar a entrevista coletiva em que falou sobre a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ao lado dos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Chile, Michelle Bachelet. ;Estou de alma lavada. Parecia impossível há quatro anos nós três estarmos sentados numa mesma mesa comunicando que finalmente demos um passo importante em benefício dessa grande nação sul-americana;, afirmou. Lula lembrou que o tratado de constituição da organização, assinado nesta sexta pelos presidentes, não obriga nenhum país a abrir mão de seu estado nacional, de decisões específicas e de acordos bilaterais. ;Não é isso que queremos, queremos constituir políticas de consenso que permitam conjuntamente fazermos aquilo que sozinhos não temos forças para fazer;. A presidência pró-tempore da Unasul foi entregue por Evo Morales a Michelle Bachelet, que permanecerá à frente do recém-criado grupo pelo período de um ano. Ela destacou que um dos objetivos do grupo é fazer com que a voz dos países da região seja ouvida e levada em consideração na tomada de decisões. ;A América do Sul pode ser um ator global;. Bachelet afirmou que o grupo não irá tratar apenas de questões regionais, mas também de temas globais, como as crises alimentar e energética. Ela citou o tema energético como um dos que assumiram prioridade e falou sobre a crise de alimentos, afirmando que será um grande retrocesso se os países sul-americanos não enfrentarem unidos o tema da segurança alimentar e dos altos preços dos alimentos. ;Nas conversações entre os presidentes, surgiram diversas idéias de como aumentar a produção. Somos uma região que não tem escassez de alimentos, podemos ter escassez de alguns produtos em alguns países, mas não no conjunto;, disse. O boliviano Evo Morales confirmou a importância da complementaridade entre os países para resolver o problema da alimentação e da energia. ;Nossa região é potencial no tema na energia renovável e não-renovável;, considerou. Otimista, o presidente brasileiro disse que mesmo sem o dinheiro de blocos econômicos como a União Européia, a Unasul dará certo em ;menos tempo do que qualquer outro processo de integração;. No início da coletiva, Bachelet chamou a atenção para a diversidade da mesa, formada por um ex-líder sindical (Lula), um ex-líder indígena (Morales) e uma mulher. Disse também que desde o começo, o presidente Lula é um ;pai; da Unasul por ser um ardente defensor da integração sul-americana.

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