postado em 25/05/2008 16:16
Funcionários da Autoridade Nacional Palestina (ANP) disseram que o governo israelense ofereceu um novo mapa para a Cisjordânia, o maior dos territórios palestinos ocupados por Israel. De acordo com a proposta, 8,5% da área seriam mantidos sob domínio israelense. Já o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, afirmou que não viu nenhum progresso nas conversações de paz iniciadas em novembro do ano passado
De acordo com os funcionários da ANP, o novo mapa foi apresentado por representantes israelenses durante uma sessão de conversações há três dias. O mapa anterior previa que 12% da Cisjordânia permanecesse sob controle israelense. Os funcionários disseram que a ANP admite ceder apenas 1,8% do território da Cisjordânia
Funcionários do governo de Israel recusaram-se a comentar essas informações; segundo os palestinos, o "novo mapa da Cisjordânia" mantém sob controle israelense vários dos assentamentos judeus instalados ao longo dos anos em terras palestinas e que o próprio governo de Israel considera ilegais, além das estradas exclusivas para colonos e militares israelenses que atravessam a região. A proposta israelense também não contempla a questão da zonal leste de Jerusalém, região de população predominantemente árabe que é ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis dias, em 1967, o que contraria várias resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)
"Nada foi alcançado nas negociações com Israel até agora", disse Abbas neste domingo durante uma reunião do Conselho Revolucionário do partido palestino Fatah. Para o presidente da ANP, questões de política doméstica em Israel e nos EUA estão impedindo que esses dois países dêem a devida atenção às negociações de paz com os palestinos
"Temo que as investigações de corrupção contra o primeiro-ministro Olmert e a preocupação norte-americana com as eleições presidenciais de novembro estejam afetando negativamente as negociações", disse Abbas, citado por Salah Taameri, um dos integrantes do Conselho do Fatah