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Novo presidente do Líbano busca formar governo de unidade

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postado em 26/05/2008 15:06
BEIRUTE - O novo presidente libanês, Michel Sleimane, assume o cargo nesta segunda-feira (26/05) disposto a trabalhar em conjunto com a maioria, apoiada pelo Ocidente, e com a oposição, liderada pelo Hezbolah, para formar um governo de união nacional. O general Sleimane, de 59 anos, entrou no palácio presidencial de Baabda nesta segunda-feira, onde foi recebido pela Guarda Republicana e por uma salva de 21 tiros de canhão. Em seguida, dirigiu-se ao salão de honra, onde se sentou na cadeira presidencial, vaga desde a saída de seu predecessor, o pró-Síria Emile Lahud, em novembro de 2007. Sleimane, cristão maronita que até então era comandante-em-chefe do Exército, foi escolhido no domingo (25/05) por 118 dos 127 deputados do Parlamento libanês, na presença de várias personalidades árabes e internacionais. Depois de meses de bloqueio político, a eleição foi possível graças a um acordo assinado no dia 18 de maio em Doha, no Qatar, por membros da maioria e da oposição libanesas. ;Devemos nos unir e trabalhar mirando uma sólida reconciliação. Pagamos muito caro por nossa unidade nacional. Vamos preservá-la em nossas mãos;, disse Sleimane num discurso após a eleição. O presidente libanês elogiou o papel da ;resistência;, referindo-se ao Hezbolah na luta contra Israel, mas alertou que o partido xiita não deve ;aproveitar seus êxitos para usá-los em conflitos internos;. Além disso, manifestou seu desejo de estabelecer relações diplomáticas com a Síria, ex-potência de tutela do Líbano, e de pensar uma estratégia de defesa contra as violações israelenses ao território libanês. Em seu discurso, a imprensa libanesa viu um ;mapa do caminho; satisfatório para todas as partes. O discurso ;foi global e realista. Assenta as bases do Estado ao qual todos aspiramos;, disse à AFP o deputado Antoine Zahra (maioria). O novo presidente ;abordou questões que ninguém antes se atrevia a mencionar, sobretudo a estratégia de defesa do Estado, a proibição de recorrer às armas no interior do país e o estabelecimento de relações diplomáticas com a Síria;, continuou. O deputado opositor Selim Aun considerou que o discurso do novo chefe de Estado ;está de acordo, em grande parte, com o memorando de entendimento concluído entre a Corrente Patriótica Livre (CPL, oposição) e o Hezbolah;, principalmente no que diz respeito à ;estratégia de defesa, as relações com a Síria e a consagração do entendimento nacional;. Na próximas 48 horas, Sleimane deve abrir consultas para a formação de um governo de união nacional, segundo as novas premissas fixadas pelo acordo de Doha, que proporciona à oposição uma minoria de bloqueio, com 11 dos 30 ministros.

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